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Ario

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Ario
Ario
Nascimento 250
Cirenaica , Libia
Morte 336
Constantinopla
Progenitores Mae: Desconhecida
Pai: Amonio
Ocupacao Diacono de Alexandria
Religiao Arianismo

Ario (em latim : Arius ) ou Areio (em latim : Areius ; em grego classico : Αρειο? ; Libia , 256 ? Constantinopla , 336) foi um heresiarca do seculo IV , fundador da doutrina arianista , tida como heresia . Era, antes de se afastar do trinitarismo , diacono de Alexandria , ordenado pelo patriarca Pedro I , razao pela qual tambem e conhecido como Ario de Alexandria. [ 1 ]

Vida [ editar | editar codigo-fonte ]

Ario nasceu na Cirenaica em cerca de 250, territorio que, atualmente, corresponde ao leste da Libia , e era filho de Amonio. [ 2 ] Acredita-se que estudou com Luciano de Antioquia , [ 3 ] que, por sua vez, fora influenciado por Paulo de Samosata , o suposto adepto do adocionismo . [ 4 ] Nas disputas religiosas que eclodiram em 306 em Alexandria , capital do Egito , de inicio apoiou o partido de Melecio de Licopolis , mas depois se reconciliou com o patriarca Pedro de Alexandria , o oponente de Melecio, que nomeou Ario como diacono . Depois, novamente se opos a Pedro por seu tratamento de Melecio e seus seguidores, foi excomungado como consequencia. Apos a morte de Pedro, patriarca Aquila perdoou-o, lhe ordenando presbitero em 313 e incumbindo com a igreja de do distrito de Baucalis em Alexandria . Nesta posicao, conseguiu granjear apoio e consideravel numero de seguidores. [ 5 ]

Em 318, eclodiu uma importante disputa entre Ario e o patriarca Alexandre I . Os relatos sobre o episodio tem suas contradicoes, mas todos concordam que Alexandre, ao saber que havia na cidade grande respeito pelas novas visoes de Ario sobre a Trindade , o atacou em assembleia publica de presbiteros. Entao Ario acusou-o de ser culpado dos erros de Sabelio , e se esforcou para defender suas proprias opinioes: sustentava que o Filho de Deus foi criado por Deus, antes da existencia do mundo e do tempo, por um ato do livre arbitrio de Deus e do nada; assim, o Filho nao existiu desde toda a eternidade e, consequentemente, nao era perfeitamente igual ao Pai, embora tenha sido elevado muito acima de todos os homens. [ 6 ]

Essa disputa foi seguida por uma carta circular de Alexandre ao seu clero e por uma segunda conferencia, mas ambas nao surtiram efeito. Enquanto isso, o numero de seguidores de Ario aumentava rapidamente, e o clero e leigos do Egito e varios bispos da Siria e Anatolia estavam favoravelmente a Ario, em parte porque suas doutrinas se assemelhavam as de Luciano de Antioquia , que morreu como martir cerca de 10 anos antes, e em parte porque foram cativados pelas insinuantes cartas de Ario dirigidas a eles, e Alexandre, em 321, convocou em Alexandria um sinodo de quase 100 bispos egipcios e libios que depos Ario e excomungou seus seguidores. E para assegurar o resultado, Alexandre enviou varias cartas, das quais ha duas, aos bispos estrangeiros, nas quais anunciou o destino de Ario, tentou refutar sua doutrina e instou-os a adotar suas visoes sobre o caso, e nao permitir protecao ao heresiarca. [ 6 ]

Icone de Alexandre I no Mosteiro de Veliusa , Macedonia do Norte
Icone ortodoxo do Primeiro Concilio de Niceia (325)

Devido a essas cartas e os extensos esforcos de Ario para defender suas doutrina se conquistar mais seguidores, a possibilidade de um acordo amigavel diminuiu cada vez mais. Em Alexandria, os arianos retiravam-se regularmente da igreja e tinham seus lugares de culto separados; e na Palestina, para onde Ario fugiu, encontrou uma recepcao favoravel. Ali, dirigiu uma carta, ainda existente, para seu amigo Eusebio de Nicomedia , o mais influente bispo da epoca, que guardava rancor contra Alexandre. Eusebio, em sua resposta, assim como em uma carta dirigida a Paulino de Tiro , expressou sua perfeita concordancia com os pontos de vista de Ario e ate mesmo recebeu Ario em sua casa. Durante sua estada na Nicomedia, Ario escreveu um trabalho teologico chamado Taleia , que se diz ter sido composto no estilo efeminado de Sotades e ter sido escrito em parte no chamado metro sotaidico. Tambem dirigiu carta a Alexandre, na qual entrou numa explicacao de suas doutrinas, e que foi assinada pelo clero que havia sido excomungado consigo. De sua Taleia , ha alguns resumos feitos por seu inimigo Atanasio , que sao escritos num tom filosofico e serio. [ 6 ]

Em 323, Eusebio e os outros bispos que eram a favor do arianismo reuniram-se em concilio na Bitinia e emitiram uma circular a todos os bispos, pedindo-lhes que continuassem sua comunhao com Ario e usassem sua influencia com Alexandre em seu nome. Mas nem isso nem a permissao concedida por varios bispos a Ario para retomar suas funcoes, como presbitero, na medida em que poderia ser feito sem a usurpacao dos direitos de Alexandre, restaurou a paz; ao contrario, as disputas a favor e contra o arianismo se espalharam tanto entre leigos e clerigos do Egito, Asia e Anatolia que, em 324, o imperador Constantino ( r. 306?337) escreveu uma carta comum Ario e Alexandre na qual declarou o ponto controvertido de pouca importancia, exortou os disputantes a uma rapida reconciliacao, e deixou que cada um deles tivesse suas proprias opinioes, contanto que nao perturbasse a uniao externa da Igreja. Esta carta foi levada por Osio de Cordova para Alexandria, para onde Ario retornou nesse meio tempo. Osio deveria atuar como mediador, mas logo adotou a visao de Alexandre, e sua missao falhou. [ 6 ]

As disputas tornaram-se mais vividas dia apos dia, e Constantino viu-se obrigado a convocar um concilio geral em Niceia , em 325, no qual estavam mais de 300 bispos, em especial da porcao oriental do Imperio Romano , entre eles Ario, Alexandre e Atanasio. Cada um defendia suas proprias opinioes, mas Ario, sendo do partido acusado, estava numa posicao desvantajosa, e uma confissao de fe, que apresentou ao concilio, foi rasgada em pedacos em sua presenca. Atanasio era seu adversario mais veemente, e apos longos debates o concilio concluiu que o Filho foi gerado, nao feito, da mesma substancia do Pai, e da mesma essencia consigo ( homoousios ). Ario foi condenado com seus escritos e seguidores. O veredito foi assinado por quase todos os bispos presentes. Eusebio e tres outros, ao se recusaram a assinar, foram obrigados a seguir os demais pelas ameacas do imperador: somente Teonas de Marmarica e Secundo de Ptolemaida tiveram coragem de partilhar o destino de Ario e o acompanharam a Iliria , onde se exilou. Decreto foi emitido, mandando a todos, sob pena de morte, que pegassem seus livros para serem queimados e rotulassem os arianos como porplirios - (de Porplirio , oponente pagao de cristianismo, que nao teve nada a ver com a questao ariana). Os arianos em Alexandria, porem, permaneceram em estado de insurreicao, e comecaram a fazer uma causa comum com os melecianos, uma seita que tambem havia sido condenada pelo Concilio de Niceia, pois ambos consideraram Alexandre e seu sucessor Atanasio como inimigos comuns. [ 7 ]

Ario permaneceu na Iliria ate 328, quando Eusebio da Nicomedia e seus amigos usaram sua influencia na corte de Constantino para persuadi-lo de que o credo de Ario nao diferia, na realidade, daquele estabelecido pelo Concilio de Niceia. Em consequencia, Ario foi reconvocado do exilio por cartas muito graciosas, e em 330 teve audiencia com Constantino, a quem apresentou uma confissao de fe, que consistia quase inteiramente de passagens das escrituras, e aparentemente confirmou a representacao que Eusebio deu de suas opinioes. Enganado, Constantino concedeu a Ario a permissao para voltar a Alexandria. Em 331, em sua chegada, Atanasio, apesar das ameacas de Eusebio e das ordens estritas do imperador, recusou-se a recebe-lo na comunhao da Igreja e novos surtos ocorreram na cidade, com os melecianos se juntando abertamente aos arianos. Eusebio, que ainda era o principal apoiador dos arianos, havia assegurado sua ascensao na Siria, e fez com que o Sinodo do Tiro , em 335, depusesse Atanasio, e outro sinodo realizado no mesmo ano em Jerusalem , revogasse a sentenca de excomunhao contra Ario e seus amigos. [ 8 ]

Soldo de Constantino ( r. 306?337)

Sua tentativa de se restabelecer em Alexandria falhou, e em 336 viajou a Constantinopla para ter outra audiencia com Constantino. De novo apresentou confissao de fe, que aparentemente era ortodoxa. Depois, o arcebispo Alexandre de Constantinopla ( r. 314/317?337) , que ate ai se recusou a reconhece-lo como membro da Igreja, recebeu ordens do imperador para lhe ministrar, no domingo seguinte, a sagrada comunhao. Quando chegou o dia, Ario, acompanhado de Eusebio e outros amigos, fez uma especie de triunfo pelas ruas da capital ate a igreja. No caminho, se afastou por um momento para se aliviar, mas nunca retornou: desmaiou e de repente morreu, e seu cadaver foi encontrado por seus amigos e enterrado. Sua morte repentina, naquele lugar e momento, deu origem a varias suspeitas e suposicoes; os ortodoxos consideravam isso como um julgamento direto do ceu, enquanto seus amigos supunham que foi envenenado por seus inimigos. Ario devia ter idade muito avancada quando morreu, ja que era chamado de Velho Ario no momento que comecou suas disputas com Alexandre e estava, sem duvida, desgastado e exausto pelas lutas continuas as quais sua vida tinha sido exposta. Dizem que era excepcionalmente alto, palido e magro, de aparencia severa e sombria, embora de maneiras cativantes e modestas. A excelencia de seu carater moral parece ser suficientemente atestada pelo silencio de seus inimigos. Que era cobicoso e de disposicao social, e uma opiniao sem qualquer evidencia historica. Alem de suas obras supracitadas, diz-se que escreveu cancoes para marinheiros, moleiros e viajantes. [ 8 ]

Referencias

  1. Schmitz 1870 , p. 345-347.
  2. Schmitz 1870 , p. 345.
  3. O'Carroll 1987 , p. 23.
  4. Ribolov 2020 .
  5. Schmitz 1870 , p. 345-346.
  6. a b c d Schmitz 1870 , p. 346.
  7. Schmitz 1870 , p. 346-347.
  8. a b Schmitz 1870 , p. 347.

Bibliografia [ editar | editar codigo-fonte ]

  • O'Carroll, Michael (1987). Trinitas . Collegeville: Liturgical Press  
  • Schmitz, Leonhard (1870). ≪Arius≫. In: Smith, William. Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology Vol. I . Boston: Little, Brown and Company