Nota:
Para uma grande unidade militar composta por varios corpos de exercito, veja
Exercito (unidade)
.
O
exercito
e a componente terrestre das
forcas armadas
da maioria dos paises, em contraste com as suas componentes naval (
marinha
) e aerea (
forca aerea
).
O termo
exercito
tambem pode ser usado para se referir a uma
fracao de um exercito
nacional, referindo-se a uma
grande unidade militar
, que agrupa normalmente varios
corpos de exercito
.
O
Exercito de Esparta
foi um dos primeiros exercitos profissionais conhecidos da Historia. Aos sete anos de idade, os rapazes espartanos eram enviados para um
aquartelamento
para receberem a instrucao militar necessaria para se tornarem soldados. Com a idade de 30 anos, podiam deixar o aquartelamento para casar e criar familia. A partir de entao, os homens espartanos dedicavam a sua vida a atividade militar ate de reformarem aos 60 anos.
Ao contrario de outras civilizacoes, cujos exercitos eram desmobilizados durante as epocas das
sementeiras
e das
colheitas
, isto nao acontecia em
Esparta
, uma vez que o trabalho manual era totalmente realizado pelos servos (
helotas
). Isto permitia a Esparta manter um exercito permanente, capaz de entrar em campanha durante todo o ano.
O Exercito Espartano era maioritariamente composto por
hoplitas
, com todos eles equipado com armas e armaduras padronizadas, praticamente identicas umas das outras. Cada hoplita ostentava o emblema de Esparta e um uniforme escarlate. O equipamento principal individual consistia num
escudo redondo
, numa
lanca
e num
elmo
.
O
Exercito Romano
teve as suas origens no exercito miliciano da epoca da
Republica
, o qual era composto por cidadaos que prestavam
servico militar obrigatorio
a
Roma
. Por volta de
115 a.C.
, foram realizadas reformas no Exercito Romano que o tornaram numa organizacao profissional, ainda composta por cidadaos, mas agora voluntarios que serviam durante 25 anos antes de serem desmobilizados.
[
1
]
Os Romanos tambem se destacaram por utilizarem tropas auxiliares, compostas por nao Romanos, que serviam ao lado e complementavam as
legioes
, assumindo funcoes nas quais as tropas romanas nao eram tao eficazes, como as de infantaria ligeira e de cavalaria pesada. Depois de servirem com o Exercito Romano, os membros das tropas auxiliares e os seus filhos eram feitos cidadaos romanos. Tambem lhes eram oferecidos dinheiro e terras para colonizarem. No
Imperio Romano
tardio, as tropas auxiliares e os mercenarios estrangeiros tornaram-se no nucleo do Exercito Romano. Por essa altura, varias tribos Germanicas como as dos
Visigodos
eram pagas para servirem Roma como mercenarios.
Na
Europa
medieval
, era obrigacao de um
nobre
responder ao apelo do seu
suserano
para a guerra, levando consigo o seu proprio equipamento e um contingente de tropas. Os exercitos medievais ou
hostes
eram assim agrupamentos heterogeneos de varios contingentes de tropas senhoriais, tanto dos
vassalos
como dos respetivos suseranos, os quais podiam apresentar graus diversos de instrucao, equipamento e organizacao. Quantos mais recursos tinha um nobre, melhores seriam as suas tropas. Este sistema descentralizado refletia a ordem social do
feudalismo
em vigor na epoca.
Os
cavaleiros medievais
eram mobilizados para a guerra tanto por obrigacao feudal e social, como pela perspetiva de lucro e promocao. Aqueles que se portassem bem em combate tinham uma grande hipotese de aumentar os seus senhorios e de progredir na hierarquia social. Para o cavaleiro, era tambem importante a perspetiva de obter ganhos com as pilhagens e com o resgate de prisioneiros de guerra. Para o cavaleiro nobre, a guerra poderia ser assim uma atividade de baixo risco relativo.
Com o fortalecimento do poder central dos reinos e outros estados da Europa, iniciou-se um retorno aos exercitos de cidadaos da
epoca classica
. Estes eram agora constituidos maioritariamente por levas de camponeses recrutados diretamente pelo poder central, bem como por
viloes
que eram obrigados a prestar servicos militares como o
fossado
. Posteriormente, foram introduzidos impostos como a
fossadeira
, cujo pagamento era feito em troca da remissao ao servico militar. O dinheiro que os estados obtinham com estes impostos comecou a servir para o pagamento de soldados profissionais e mesmo de
mercenarios
. A maioria dos exercitos europeus da
Baixa Idade Media
eram ja constituidos por importantes contingentes de soldados pagos, existindo ja um desenvolvido mercado de mercenarios no
seculo XII
.
A medida que a epoca medieval progredia, as
cidades-estado
da
Italia
comecaram a depender cada vez mais de tropas mercenarias para combater as suas guerras, do que das milicias que anteriormente eram preponderantes na regiao. As tropas mercenarias consistiam em grupos de soldados de carreira, aos quais deveria ser pago um valor previamente acordado para combaterem numa campanha. Os mercenarios eram normalmente soldados bastante eficientes. No entanto, o facto de precisarem de combater para ser pagos, tornava-os menos confiaveis do que os exercitos permanentes. Os mercenarios acabaram por dominar os exercitos das cidades italianas, levando a guerras entre forcas mercenarias, com campanhas nas quais a manobra era quase tao importante como a combate, provocando um relativamente reduzido derramamento de sangue.
Os primeiros
estados-nacao
nao dispunham dos fundos necessarios para manter exercitos permanentes. Tendiam assim a recrutar mercenarios que serviam nos seus exercitos apenas durante os periodos de guerra. Estes mercenarios tinham normalmente origem em homens de armas dispensados dos exercitos nos finais dos conflitos, quando ja nao eram necessarios pelos seus estados. Os soldados
veteranos
tinham assim que procurar outras formas de emprego, tornando-se mercenarios. Os mercenarios agrupavam-se normalmente em companhias livres que se especializavam em tecnicas de combate que obrigavam longos periodos de instrucao militar que nao estava disponivel para as milicias mobilizadas apenas por periodos limitados.
Em meados do
seculo XVII
, a maioria dos exercitos europeus era constituida por unidades mercenarias. Contudo, depois do seculo XVII, a maioria dos estados comecou a investir em exercitos permanentes, mais disciplinados e politicamente mais confiaveis. Durante algum tempo, os mercenarios foram mantidos como instrutores e administradores militares, mas posteriormente mesmo estas funcoes foram assumidas pelos estados.
Os novos exercitos nacionais permanentes tornaram-se forcas cada vez maiores que necessitavam de um largo contingente de administradores. Os estados centralizados foram assim obrigados a estabelecer complexas organizacoes burocraticas para administrarem os seus cada vez mais vastos exercitos. Alguns historiadores defendem que isto foi a base do moderno estado burocratico. Os custos com estes exercitos aumentaram tambem, obrigando ao aumento e a criacao de novos impostos, os quais provocaram revoltas e conflitos civis em varios paises da Europa, como foram os casos da
Fronda
na
Franca
e da
Guerra Civil Inglesa
.
Em muitos paises, a resolucao destes conflitos consistiu na ascensao da
monarquia absoluta
. Apenas na
Inglaterra
e
Paises Baixos
, prevaleceram formas de governo representativo como alternativas a monarquia absoluta. A partir do final do seculo XVII, encontraram uma alternativa ao aumento de impostos para financiar as guerras, a qual consistia na obtencao de emprestimos a longo prazo, com baixas taxas de juro, obtidos junto de instituicoes bancarias. O primeiro estado a aprimorar-se neste processo foram as
Provincias Unidas dos Paises Baixos
.
Estas transformacoes nos exercitos da Europa tiveram um grande impacto social. A defesa do estado deixou de estar a cargo dos
aristocratas
e passou a estar a cargo do homem comum. Contudo, os aristocratas continuaram a monopolizar o corpo de oficiais de quase todos os exercitos, incluindo os seus altos comandos. Este facto, impedia o sucesso de quase todas as revoltas que nao fossem patrocinadas ou apoiadas pelas classes nobres. Os novos exercitos, uma vez que eram bastante dispendiosos, estavam muito dependentes das contribuicoes e impostos cobrados as classes comerciais, que comecaram assim a exigir e a obter um papel mais importante na sociedade. O grande poderio financeiro dos homens de negocio dos Paises Baixos e Inglaterra permitia, por exemplo, que estes paises pudessem manter forcas militares tao ou mais poderosas que as de outros estados bastante maiores que aqueles.
Como qualquer homem poderia ser rapidamente instruido no uso de um
mosquete
, tornou-se mais facil a criacao de exercitos maiores. Por outro lado, a falta de precisao das armas de fogo da epoca obrigava a formacoes macicas de atiradores. Estes fatores levaram ao rapido crescimento do tamanho dos exercitos. Pela primeira vez na historia, enormes massas da populacao podiam entrar em combate e ja nao apenas uma minoria de profissionais altamente especializados.
Existem opinioes que defendem que a mobilizacao macica de homens por todo o territorio das nacoes, integrando-os numa corporacao organizada, contribuiu largamente para as unidades nacionais e o sentimento de patriotismo. Tera sido durante este periodo que nasceu a nocao moderna de
estado-nacao
. Isto, contudo, so se tornou aparente depois das
guerras revolucionarias francesas
. Por esta altura, a
levee en masse
(levantamento em massa) e a
conscricao
tornar-se-iam no paradigma da guerra moderna.
Contudo, antes disso, na realidade muitos exercitos nacionais eram compostos por soldados de diversas nacionalidades. Por exemplo, na
Espanha
, os soldados eram recrutados nos territorios espanhois da Europa, incluindo os da propria Espanha, Italia,
Valonia
e
Alemanha
. A Franca recrutava soldados na Alemanha,
Suica
e
Piemonte
. A
Gra-Bretanha
recrutava tropas no
Hesse
e
Hanover
. Muitos catolicos
irlandeses
e suicos fizeram carreiras militares ao servico dos exercitos de diversos estados catolicos da Europa.
A
conscricao
permitiu a Franca revolucionaria formar o exercito de massas - referido por
Napoleao Bonaparte
como "a nacao em armas" - que conseguiu bater com sucesso os exercitos profissionais europeus.
O existencia de conscricao - especialmente quando os soldados conscritos sao enviados para campanhas exteriores, contra inimigos que nao ameacam diretamente o territorio nacional - tem sido historicamente politicamente contenciosa, especialmente em regimes democraticos. Exemplos, foram as disputas politicas no
Canada
quando foi decidida a conscricao durante a
Segunda Guerra Mundial
e os protestos macicos nos
Estados Unidos
contra a conscricao para a
Guerra do Vietname
.
A conscricao foi abolida depois do final da
Guerra Fria
em grande parte dos paises ocidentais. Na maior parte dos paises desenvolvidos da atualidade, a crescente enfase na tecnologia militar e em forcas altamente treinadas, bem como a pouca probabilidade de uma agressao militar convencional por outros paises tecnologicamente desenvolvidos torna pouco provavel o retorno da conscricao num futuro proximo.
Exercitos de conscritos sao, no entanto, ainda mantidos por muitos paises, sobretudo da
Europa de Leste
, da
America Latina
, do
Norte de Africa
e do
Medio Oriente
. O
Exercito Suico
mantem-se ainda como um raro exercito de cidadaos.
Os exercitos possuem, normalmente, uma organizacao horizontal por especialidades denominadas "armas" e "servicos", e uma organizacao vertical por unidades de diversos escaloes.
Normalmente os exercitos englobam especialidades denominadas "armas" se sao combatentes, e "servicos" se sao de apoio logistico. Em alguns exercitos, as armas dividem-se em armas de combate (infantaria, cavalaria, etc.) e armas de apoio de combate (artilharia, engenharia, etc.).
Conforme a sua funcao, os militares e as unidades dos exercitos sao englobadas numa dessas armas ou servicos. Normalmente, sao os seguintes:
- Artilharia
- arma especializada na operacao de armas pesadas;
- Aviacao ligeira
ou aviacao de exercito - arma ou servico especializado no emprego de
helicopteros
e
avioes ligeiros
em apoio direto as tropas terrestres;
- Capelania
- servico responsavel pelo apoio espiritual e religioso das tropas;
- Cavalaria
- arma que, no passado, utilizava
cavalos
para operacoes de combate ou reconhecimento. No
seculo XX
, passou a utilizar, para esses fins, meios blindados, alterando a sua denominacao, nalguns paises, para "
arma blindada
";
- Comunicacoes
ou
transmissoes
- arma ou servico responsavel pelos meios de comunicacoes, informatica, comando e controlo;
- Defesa antiaerea
ou artilharia de defesa aerea - arma responsavel pela operacao de armas e meios de deteccao antiaereos;
- Defesa Nuclear, quimica e biologica
- servico responsavel pela protecao contra
armas de destruicao em massa
;
- Infantaria
- arma especializada em combate apeado. Atualmente, pode utilizar
viaturas blindadas de transporte
;
- Informacoes ou
inteligencia militar
- servico responsavel pela recolha de informacoes taticas;
- Engenharia
- arma especializada na construcao e destruicao de obstaculos, fortificacoes e vias de comunicacao e na criacao de tecnologia de guerra;
- Intendencia
, administracao militar ou comissariado - servico responsavel pelo fornecimento de
alimentacao
,
vestuario
e
combustiveis
, bem como pela administracao financeira do exercito;
- Material ou
material belico
- servico responsavel pela manutencao e conservacao do armamento, veiculos e outros equipamentos;
- Policia do exercito
ou
policia militar
- servico responsavel pela manutencao da ordem interna militar e pela seguranca de instalacoes;
- Relacoes publicas
& Assuntos civis - servico responsavel pela relacao com as autoridades civis e pela administracao de territorios ocupados;
- Saude
- servico responsavel pela garantia da saude das tropas;
- Secretariado - servico responsavel pelos servicos administrativos;
- Transportes ou trem - servico responsavel pelo transporte estrategico de tropas e abastecimentos.
Em termos de organizacao vertical os exercitos englobam unidades de varios escaloes. As unidades especializadas numa unica arma ou servico sao conhecidas por "pequenas unidades". As unidades de escalao superior que englobam varias pequenas unidades de armas e servicos diferentes sao chamadas "grandes unidades", sendo normalmente comandadas por oficiais generais.
Tradicionalmente, em ordem crescente, os diversos escaloes das unidades do Exercito sao os seguintes:
- Esquadra
- unidade basica comandada por um cabo, composta por quatro a oito elementos. Em alguns tipos de unidades e chamada "equipa";
- Seccao / secao
- fracao comandada por um sargento, composta por duas ou tres esquadras. Em algumas unidades do Exercito Brasileiro e chamada "
grupo de combate
";
- Pelotao
- a menor unidade de comando de oficial (normalmente alferes ou tenente), composta por duas ou tres seccoes / secoes. Em algumas unidades do Exercito Portugues e chamado grupo de combate;
- Companhia
- unidade sob comando de um capitao, constituida por diversos pelotoes. Tradicionalmente, na cavalaria e chamada "
esquadrao
" e na artilharia "
bateria
";
- Batalhao
- a menor unidade comandada por um oficial superior (normalmente major ou tenente-coronel), composta por diversas companhias. Em algumas armas e servicos adopta a designacao de "
grupo
" ou "regimento";
- Regimento
- tradicionalmente, a pequena unidade de maior escalao, comandada por um coronel e incorporando varios batalhoes. Ate ao
seculo XVIII
, a unidade equivalente era designada "
terco
", nos exercitos
ibericos
. Nos exercitos revolucionarios franceses, o regimento passou a ser designado "
meia-brigada
". Atualmente, na maioria dos exercitos deixou de ser uma unidade operacional, mantendo-se apenas em alguns como unidade administrativa. Com a extincao deste escalao, alguns exercitos, por motivos de tradicao, passaram a chamar "regimento" as unidades de escalao batalhao de todas ou algumas armas, como e o caso da cavalaria no Exercito Brasileiro;
- Brigada
- tradicionalmente, a grande unidade de menor escalao sob comando de um oficial general. Antigamente, era composta por varios regimentos, mas atualmente as suas subunidades maiores sao de escalao batalhao;
- Divisao
- agrupamento de varias brigadas, mais unidades de apoio divisionario, totalizando entre 10 mil e 25 mil efectivos;
- Corpo de exercito
- agrupamento de varias divisoes, mais unidades de apoio de corpo de Exercito, com um efectivo entre 20 mil e 80 mil militares;
- Exercito
- agrupamento de varios corpos de exercito, com mais de 200 mil efetivos. Antigamente, era a denominacao generica de uma grande unidade em operacoes, sob o comando de um oficial general. No Brasil, era denominado "exercito" um comando territorial agrupando varias regioes militares;
- Grupo de exercitos
- agrupamento de varios exercitos, com mais de 700 mil militares.
Muitas vezes sao constituidas unidades provisorias de escalao variavel que sao conhecidas por "
destacamentos
", "
agrupamentos
/
grupamentos
", "
patrulhas
", "forcas", etc..
O pessoal dos exercitos, de acordo com o seu nivel de formacao e o grau do comando exercido, divide-se em tres grandes escaloes hierarquicos: oficiais, sargentos e pracas. Em alguns paises, como e o caso do Brasil, os sargentos sao incluidos na classe das pracas, sendo subdividida em circulos hierarquicos dos sargentos, dos cabos e soldados. A categoria dos oficiais subdivide-se entre oficiais subalternos, capitaes ou intermediarios, superiores e generais.
Atualmente, na maioria dos exercitos, os oficiais sao os militares com
formacao superior
com as maiores responsabilidades em termos de comando. Os oficiais especializam-se numa arma ou servico, exercendo as suas funcoes nessa especialidade. A subcategoria ou circulo mais elevado dos oficiais e o dos generais, que alem da formacao base na sua arma de origem, recebem uma formacao em altos estudos militares que lhes permite exercer o comando de grandes unidades de todas as armas e servicos.
Os diversos graus hierarquicos de oficiais do exercito sao os seguintes:
- Generalissimo
- titulo atribuido em alguns paises aos chefes-de-estado, quando militares, ou aos comandantes-chefes do Exercito;
- Marechal-general
- posto reservado ao comandante-chefe do
Exercito Portugues
, durante o final do seculo XVIII e o inicio do XIX. Ate
1762
foi chamado "
capitao-general
". Na monarquia constitucional tornou-se o posto privativo do Rei, na sua funcao de comandante supremo do Exercito;
- Marechal do Exercito
- dignidade honorifica atribuido a generais de grande destaque. No
Brasil
ja foi uma patente e agora somente existe em casos de guerra com o titulo de
marechal
;
- Coronel-general
- posto antigo no Brasil e atualmente existente apenas em alguns paises, responsavel pelo comando de um Exercito ou grupo de exercitos. Noutros paises da-se o titulo de coronel-general aos oficiais generais que exercem o comando honorario de uma arma ou corpo militar (ex.: coronel-general da Cavalaria, coronel-general da Policia Militar);
- General
ou
general de exercito
- oficial general responsavel pelo comando de uma grande unidade superior a Divisao. Antigamente era o comandante de uma arma especifica (ex.: general de infantaria). No Exercito Portugues, atualmente, o posto de general esta reservado ao
chefe do Estado-Maior do Exercito
e ao
Chefe do Estado-Maior General das Forcas Armadas
. No
Brasil
, existem varios generais de exercito que exercem diversos altos comandos;
- Tenente-general
ou
general de divisao
- general responsavel pelo comando de uma
divisao
ou comando militar equivalente. Ate ao seculo XVIII, o posto denominava-se "
mestre de campo general
";
- Major-general
ou
general de brigada
- general responsavel pelo comando de uma
brigada
. Ate 1762, o posto chamava-se
sargento-mor de batalha
. Entre 1762 e
1864
, o posto chamou-se "
marechal de campo
". Passou depois a chamar-se "major-general" e posteriormente "general de brigada". Em
Portugal
, o posto foi extinto em
1911
e restaurado em
1937
com a denominacao de "brigadeiro". Em
1999
, passou novamente a designacao de "major-general";
- Brigadeiro-general
ou
brigadeiro
- posto intermedio entre o de oficial general e oficial superior, antigamente responsavel ao mesmo tempo pelo comando de uma brigada e por um dos regimentos seus componentes. Em Portugal, o posto foi extinto em
1863
e reintroduzido com as mesmas caracteristicas no periodo de
1929
a 1937. Entre 1937 e 1999, utilizou-se o termo "brigadeiro" para designar o general de brigada. Neste pais, brigadeiro-general e, desde 1999, uma graduacao temporaria, atribuida a determinados coroneis para exercerem certos comandos especiais. No Brasil este posto nao existe atualmente.
- Coronel tirocinado
- no Exercito Portugues, e a designacao dos coroneis com o Curso Superior de Comando e Direcao, com todas as condicoes para promocao a oficial general. Em alguns outros exercitos existe o posto de coronel superior, com caracteristicas equivalentes;
- Coronel
- o mais alto posto de oficial superior, tradicionalmente comandante de um regimento. Antigamente, era chamado "
mestre de campo
;
- Tenente-coronel
- oficial superior que exerce as funcoes de segundo comandante (subcomandante) de um regimento ou de comandante de um batalhao independente. Ate inicios do seculo XIX, nas
Ordenancas
, o posto era chamado "capitao-mor";
- Major
- segundo comandante (subcomandante) de um batalhao independente ou comandante de um batalhao integrado num regimento. Ate inicios do
seculo XIX
, o posto era conhecido por "sargento-mor".
- Capitao
- tradicionalmente, o comandante de uma companhia, esquadrao ou bateria.
- Tenente
ou
primeiro-tenente
- comandante de um pelotao ou adjunto de uma companhia, esquadrao ou bateria;
- Alferes
ou
segundo-tenente
- o posto inicial de um oficial com a formacao completa, responsavel pelo comando de um pelotao.
- Tenente aluno
- em Portugal e a graduacao dos alunos do ultimo ano dos cursos da
Academia Militar
com a duracao de sete anos;
- Alferes aluno
- em Portugal e a graduacao dos alunos do 6º ano de cursos da
Academia Militar
com mais de cinco anos;
- Aspirante a oficial
- militar com o curso superior completo, mas ainda em estagio numa unidade militar. Em alguns casos pode assumir o comando de um Pelotao. Em Portugal e a graduacao dos alunos do 5º ano da Academia Militar;
- Cadete
- aluno de uma escola superior militar (ex.: Academia Militar de Portugal ou
Academia Militar das Agulhas Negras
do Brasil). Antigamente era um jovem nobre que estagiava como Soldado num Regimento, para se tornar seu Oficial.
O escalao de sargentos corresponde a militares de carreira com uma formacao mais avancada que as pracas e que auxiliam os oficiais no exercicio do seu comando. Na atualidade os sargentos assumem uma importancia cada vez maior, exercendo o comando operacional de diversas unidades basicas. Os sargentos tambem sao conhecidos por oficiais inferiores ou suboficiais.
- Subtenente
ou
suboficial
- designacao da maior graduacao da categoria de sargento em alguns paises, entre os quais, o Brasil;
- Sargento-mor
- a maior graduacao da categoria de sargento em diversos exercitos. Introduzido em Portugal em
1976
;
- Sargento-chefe
- posto introduzido em 1976, em Portugal, como o de sargento mais graduado num batalhao. No Brasil esta graduacao nao existe;
- Sargento-ajudante
- ate 1976, no Exercito Portugues, era o sargento mais graduado de um regimento ou batalhao, sendo responsavel pelo seu secretariado e assuntos do pessoal. Ocasionalmente era chamado "sargento-brigada". Em
1976
passou a ser o posto mais elevado de sargento numa companhia. No Brasil esta graduacao e honorifica, dedicada ao 1º Sargento mais antigo da unidade com comportamento excepcional e conduta ilibada. E a denominacao do sargento auxiliar do oficial responsavel pela Secao de Pessoal das unidades;
- Sargento-quartel-mestre
- durante o seculo XIX era um posto inferior ao de sargento-ajudante no Exercito Portugues, responsavel pela logistica do regimento.
- Primeiro-sargento
- tradicionalmente o sargento superior de uma companhia. Em Portugal, atualmente e o sargento de pelotao, auxiliando o seu comandante no exercicio do comando;
- Segundo-sargento
- em Portugal, a graduacao mais basica de sargento profissional. No Brasil o sargento superior do pelotao;
- Furriel
ou
terceiro-sargento
- em Portugal, a graduacao de furriel corresponde aos sargentos nao profissionais (militares voluntarios, contratados, etc.). No Brasil, terceiro-sargento e o primeiro posto da categoria dos sargentos;
- Sargento aluno
- militar em formacao em Escola de Formacao de Sargentos com graduacao equivalente ao cabo.
Os pracas sao o grupo de militares com a formacao mais basica, com poucas ou nenhumas responsabilidades de comando, sao essencialmente executantes. Os diversos postos sao os seguintes:
- Cabo
- e o militar que comanda uma Esquadra ou grupo basico de soldados. Antigamente era chamado "cabo de esquadra". Em Portugal, desde finais do sec. XIX e chamado de "
primeiro-cabo
". No Brasil, em algumas especialidades militares, e chamado "taifeiro-mor";
- Anspecada
- tradicionalmente a primeira graduacao a que um soldado pode ser promovido. Em Portugal, em meados do seculo XIX passou a designar-se "segundo cabo";
- Soldado
- o mais baixo posto de militar, com a formacao completa. No Brasil, em algumas especialidades e chamado de "
taifeiro
";
- Recruta
- a denominacao de uma praca que ainda esta a receber a formacao militar.
Galeria de imagens de varios exercitos do mundo
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-
Desfile de tropa do Exercito Brasileiro.
-
Tropas do Exercito Portugues em operacao de paz no
Kosovo
.
-
-
Soldados do Exercito Popular Chines.
-
Soldados do Exercito da
Indonesia
.
-
Militares mulheres do exercito da
Republica Democratica do Congo
.
-
Paraquedistas da
Nigeria
.
-
Soldados do Exercito Afegao.
-
Parada do Exercito Polaco.
-
-
Soldado alemao equipado com um
G36
-
Soldados russos durante marcha do
dia da vitoria
Referencias
- VASCONCELLOS, J.S.,
Principios de Defesa Militar
, Rio de Janeiro: Editora Biblioteca do Exercito e Marinha do Brasil, 1939.
- GUEDES, Correa,
Prontuario de Infantaria
, Lisboa, 1934