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Portugues brasileiro ? Wikipedia, a enciclopedia livre

Portugues brasileiro

conjunto de dialetos da lingua portuguesa como falados no Brasil

Portugues do Brasil (abreviado como pt-BR [ 2 ] ou simplesmente PB ), tambem conhecido como portugues brasileiro , e o termo utilizado para classificar a variante da lingua portuguesa falada pelos mais de 203 milhoes de brasileiros que vivem dentro e fora do Brasil [ 1 ] . E, de longe, a mais falada e escrita variante do portugues, tradicionalmente descrita por gramaticos prescritivistas e filologos, ainda que estudos modernos da Linguistica, como o projeto NURC , venham apontando significativas disparidades entre a gramatica tradicional e o portugues brasileiro de fato, inclusive em suas variedades de prestigio. Tais diferencas, bem como outras caracteristicas particulares do portugues brasileiro, o distanciam nao so do portugues europeu , como tambem das demais linguas romanicas , o que tem levado alguns estudiosos a interpreta-lo como uma lingua. [ 3 ]

Portugues do Brasil

PT-BR

Falado(a)?em:  Brasil
Total de?falantes: ? 203 milhoes (2022 ? censo oficial) [ 1 ]
Posicao : Indo-europeia
Familia : Romanica
 Romanica ocidental
  Ibero-romanica
   Ibero-ocidental
    Galego-portugues
     Portugues
      Portugues do Brasil
Estatuto oficial
Lingua oficial de:  Brasil
Regulado por: Academia Brasileira de Letras (ABL)
Codigos de lingua
ISO 639 -1: pt-BR
ISO 639-2: ---

Localizacao do Brasil.
Portugues brasileiro

No decorrer da sua historia, o portugues brasileiro incorporou emprestimos de termos indigenas, especialmente do tupi antigo , [ 4 ] mas tambem de linguas africanas, sobretudo do ioruba , quicongo , quimbundo e umbundo , [ 5 ] com dialetos italianos , alemaes e espanhois , e inumeros exemplos mais, em casos regionais. Muitas diferencas do portugues brasileiro em relacao ao portugues europeu sao apontadas como tendo origem nesse contato, enquanto que outras sao apontadas como conservacao de caracteristicas do portugues quinhentista que nao ocorrem em Portugal da mesma maneira. [ nota 1 ]

Ha varias diferencas entre o portugues europeu e o portugues brasileiro, especialmente no vocabulario , pronuncia e sintaxe , principalmente nas variedades vernaculas ; nos textos formais as diferencas tambem existem, mas sao bem menores. Devido a forte influencia que o portugues brasileiro sofreu de outros idiomas, especialmente do tupi, a diferenca entre a linguagem escrita e a falada se tornou bem maior do que a do portugues europeu. [ 6 ] Adotado pelo Brasil e por alguns outros paises, o Acordo Ortografico de 1990 tem por base criterios foneticos , fonologicos , etimologicos e tradicionais , desconsiderando muitas particularidades linguisticas desses paises.

O portugues brasileiro e falado nao so no Brasil mas em muitos outros paises pela importancia que tem na America Latina e no hemisferio Sul , alem de sua grande diaspora , de notavel presenca em paises como Estados Unidos , Portugal , Paraguai , Reino Unido , Japao , Italia , Espanha , Alemanha , Canada e Argentina [ 7 ] . No entanto, a difusao do portugues brasileiro mundo afora nao conta com os mesmos suportes que o portugues europeu recebe de Portugal , que, por sua vez, nao beira a mesma magnitude de politicas de difusao linguistica alemas, espanholas, francesas, inglesas e companhia. [ 8 ]

Historia

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Linguas indigenas americanas ou amerindias

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Antes da chegada dos portugueses, estima-se que cerca de 1 500 linguas diferentes eram faladas no territorio que veio a ser o Brasil . Essas sao agrupadas em familias, classificadas como pertencentes aos troncos tupi , macro-je e aruaque . Ha familias, entretanto, que nao puderam ser identificadas como relacionadas a nenhum destes troncos, sao elas: caribes , panos , macus , ianomamis , muras , tucanos , catuquinas , chapacuras , nambiquaras e cadiueu-guaicurus . Evidentemente, o facto de duas sociedades indigenas americanas falarem linguas pertencentes a uma mesma familia nao faz com que seus membros consigam entender-se mutuamente. [ 9 ]

Lingua Portuguesa

Ultima flor do Lacio, inculta e bela,

Es, a um tempo, esplendor e sepultura:

Ouro nativo, que na ganga impura

A bruta mina entre os cascalhos vela…

Amo-te assim, desconhecida e obscura,

Tuba de alto clangor, lira singela,

Que tens o trom e o silvo da procela

E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu vico agreste e o teu aroma

De virgens selvas e de oceano largo!

Amo-te, o rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"

E em que Camoes chorou, no exilio amargo,

O genio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo Bilac [ 10 ] [ 11 ]

Apesar de o Brasil ter sido descoberto oficialmente em 1500 pelos portugueses, sua colonizacao europeia so comecou efetivamente em 1532. No mesmo ano, o rei de Portugal, Joao III , organizou a primeira expedicao com objetivos de colonizacao. Foi comandada por Martim Afonso de Sousa [ 12 ] e tinha, como metas, povoar o territorio brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-acucar no Brasil. Com isso, a lingua portuguesa passou a ser usada factualmente no territorio hoje conhecido como Brasil. Ao mesmo tempo, outras nacoes europeias vieram para o Brasil, como a Franca e a Holanda (que chegou a instalar uma colonia na regiao que e hoje o Estado de Pernambuco ). [ 13 ]

No inicio da colonizacao portuguesa no Brasil , a lingua dos amerindios tupinambas ( tronco tupi ) era falada numa enorme extensao de territorio ao longo da costa atlantica. No seculo XVI , ela passou a ser aprendida pelos portugueses, que, de inicio, eram uma minoria entre a populacao local. Aos poucos, o uso dessa lingua, chamada de " brasilica ", se intensificou e generalizou-se de tal forma que passou a ser falada por quase toda a populacao que integrava o sistema colonial brasileiro. Com o decorrer do tempo, ela se modificou e, a partir da segunda metade do seculo XVII , passou a ser chamada de " lingua geral ". [ 14 ]

Era a lingua de contato entre amerindios de diferentes linguas e entre amerindios e portugueses e seus descendentes. A lingua geral era, assim, uma lingua franca no atual territorio brasileiro. [ 15 ] Essa foi a primeira influencia que a lingua portuguesa recebeu no Brasil. Como tal, deixou algumas marcas no vocabulario popular falado atualmente no pais. A lingua geral possuia duas variantes:

O portugues no Brasil

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O Marques de Pombal instituiu o portugues como a lingua oficial do Brasil, proibindo o uso da lingua geral

Com a saida dos holandeses em 1654, o portugues passou a ser a unica "Lingua de Estado" do Brasil. [ 16 ]

No fim do seculo XVII , os bandeirantes iniciaram a exploracao do interior do continente, e descobriram ouro e diamantes. Devido a isso, o numero de imigrantes portugueses no Brasil e o numero de falantes da Lingua Portuguesa no Brasil passaram a aumentar, superando os falantes da lingua geral (derivada do tupinamba). Em 17 de agosto de 1758, o Marques de Pombal instituiu o portugues como a lingua oficial do Brasil, ficando proibido o uso da lingua geral . Nessa altura, devido a evolucao natural da lingua, o portugues falado no Brasil ja tinha caracteristicas proprias que o diferenciavam do falado em Portugal. [ 17 ]

No seculo XVII , por conta da intensificacao do cultivo de cana-de-acucar , houve um grande fluxo de escravos vindos da Africa , que se espalharam por todas as regioes ocupadas pelos portugueses e que trouxeram uma influencia lexical africana para o portugues falado no Brasil. Para se ter uma ideia, no seculo XVI foram trazidos para o Brasil 100 mil negros. Este numero salta para 600 mil no seculo XVII e 1 milhao e 300 mil no seculo XVIII . A influencia lexical africana veio principalmente da lingua ioruba , falada pelos negros vindos da Nigeria, e do quimbundo angolano. [ 18 ]

Com a transferencia da corte portuguesa para o Brasil em 1808 , como consequencia das invasoes francesas , ocorreu uma relusitanizacao no falar da cidade do Rio de Janeiro , que passou a ser a capital do pais. Acompanhando a familia real, chegaram ao Rio de Janeiro cerca de 15 mil portugueses. Essa relusitanizacao expandiu-se e influenciou outras partes do Brasil. O sotaque carioca e seu dialeto (com "s" chiado e silabas atonais fechadas e tonicas abertas), ainda guarda profunda influencia portuguesa provinda deste periodo. [ 19 ]

Em 1822, o Brasil tornou-se independente. Com isso muitos imigrantes europeus, como alemaes e italianos, chegaram ao pais. Em numeros absolutos os italianos formaram a maior corrente migratoria no pais. Deste modo, as especificidades linguisticas dos imigrantes italianos interferiram nas transformacoes da lingua portuguesa no Brasil. Assim, palavras foram agregadas de outros idiomas europeus. [ 20 ] Nos anos seguintes, a lingua local ora era designada de lingua brasileira , ora de lingua nacional, portugues ou lingua portuguesa. Ja em 1826, o politico Jose Clemente Pereira apresentou um projeto em que propunha que os diplomas dos medicos cirurgioes fossem redigidos ≪em lingua brasileira, que e a mais propria≫, se bem que essa designacao nao se tornou pratica comum. [ 21 ]

 
A lingua portuguesa no mundo:
 ?Lingua materna
 ?Lingua oficial e administrativa
 ?Lingua cultural ou secundaria
 ?Minorias falantes do portugues

Na segunda metade do seculo XIX ocorreu uma tentativa, dos autores romantistas , de criar uma personalidade literal brasileira. Entretanto, o movimento que consagrou rapidamente a norma brasileira foi o modernismo brasileiro . Esse foi um movimento de nacionalizacao que rompeu com o parnasianismo e com a imitacao do padrao tradicional do portugues, privilegiando as peculiaridades do falar brasileiro. O modernismo brasileiro nasceu no dia 11 de fevereiro de 1922, com a Semana de arte moderna de 1922 , sendo alvo de muitas criticas, como as de Monteiro Lobato , que consideravam-no caricato. [ 22 ] A posteriori , o movimento representou uma verdadeira renovacao da linguagem, na busca de experimentacao, na liberdade criadora e na ruptura com o passado. O evento marcou epoca ao apresentar novas ideias e conceitos artisticos. [ 23 ]

A questao do nome da lingua seria praticamente encerrada no Brasil com a Constituicao de 1988 em que e referido que ≪A lingua portuguesa e o idioma oficial da Republica Federativa do Brasil≫. [ 21 ]

Ha varias ideias acerca de quando comecaram a divergir o portugues do Brasil e o de Portugal. O professor titular da Universidade de Sao Paulo Ataliba Teixeira de Castilho disse numa entrevista ao Jornal da Unicamp: [ 24 ]

Ha varias posicoes sobre isso. Uns dizem que a partir do seculo XIX comecou a ser construida uma gramatica do portugues brasileiro, quer dizer, uma nova lingua, distinta do portugues europeu. Mas, se analisar o portugues medieval, como fez a minha mulher Celia Maria Moraes de Castilho em sua tese de doutorado, descobre-se que aquilo que se explicava como um abrasileiramento do portugues, na verdade, ja se encontrava la, sobretudo nos documentos do seculo XV . Ou seja, esse portugues veio para o Brasil e foi preservado. Nos estamos fazendo mudancas gramaticais a partir dessa base. Ja Portugal, a partir do seculo XVIII , imprimiu um novo rumo a lingua. Por isso e que muito do que aqui sobreviveu nao existe mais la. Eles e que estao diferentes, nao nos. [ 25 ]

pt-BR e um codigo de lingua para o portugues brasileiro , definido por normas ISO (ver ISO 639-1 e ISO 3166-1 alpha-2) e normas Internet (ver "IETF language tag").

Lexico

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Biblioteca Nacional do Brasil , no Rio de Janeiro , a maior da America Latina . [ 26 ]

Ainda que o lexico brasileiro seja o mesmo que o do portugues europeu , existe uma serie de regionalismos que podem gerar confusao e desentendimentos entre os falantes das duas variantes. Ha ainda as palavras que, apesar de estarem dicionarizadas em ambos os paises (Brasil e Portugal), nao sao utilizadas por um ou por outro, gerando a mesma estranheza quando ouvidas ou lidas por um falante da outra variante.

Tupinismos

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  Ver artigo principal: Tupinismo

Sao os chamados "brasileirismos" que derivam diretamente da lingua tupi ou que por ela foram influenciados, como acontece com alguns sufixos que, segundo alguns autores, funcionam mais como adjetivos do que como sufixos, ja que nao alteram a constituicao morfologica e fonetica da palavra a que se ligam. Sao exemplos destes sufixos o -acu (grande), -guacu (grande) e -mirim (pequeno) nas palavras arapacu (passaro de bico grande), babacu (palmeira grande), mandiguacu (peixe grande), abatimirim (arroz miudo) ou mesa-mirim (mesa pequena). Existem, no entanto, verdadeiros sufixos, como -rana (parecido com) e -oara (valor gentilico) nas palavras bibirana (planta da familia das anonaceas ), brancarana (mulata clara) ou paroara (natural do Para ) e marajoara (natural da Ilha do Marajo , Para ).

Outros exemplos sao:

Amerindinismos

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Existem influencias de outras linguas amerindias nao tupis que se falavam no pais a data da chegada dos portugueses e com as quais houve contato. Os indios de lingua tupi chamavam de tapuia os indios de fala nao tupi, termo este que tambem foi adotado pelos colonizadores portugueses para se referir aqueles indios.

Africanismos

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  Ver artigo principal: Africanismo

O trafico de escravos , especialmente da Africa para os engenhos brasileiros, trouxe consigo, mormente de povos bantos , toda uma serie de termos que em breve seriam acrescentados ao portugues brasileiro. Duas linguas africanas foram as que tiveram maior influencia: o ioruba , proveniente em grande parte da atual Nigeria e que e chamado de nago em ritos religiosos afro-brasileiros e com influencia especialmente na Bahia ; e o quimbundo , proveniente da atual Angola e mais rico de vocabulario e de expressao no resto do pais. [ 27 ]

Dialetalismos portugueses

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Ha outros brasileirismos aparentes que nao passam de formas dialetais portuguesas, oriundas das regioes que forneceram os colonos portugueses que foram antepassados de parte significativa da populacao do Brasil, como os Acores e as varias provincias portuguesas. O resultado foi prosa em vez de conversa ou salvar por saudar (ou dar a salvacao, como ainda se diz em algumas regioes de Portugal).

Neologismos

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Ha palavras novas (neologismos, que designam novos objetos, invencoes, tecnicas, etc) que tem uma formacao distinta da que se verificou em Portugal. Sao exemplos onibus por oposicao a autocarro , trem por oposicao a comboio , ou bonde por oposicao a electrico .

Outros exemplos sao gol (pt golo , do ingles goal ), esporte (pt desporto (obs.: desporto se usa no Brasil, mas e, na atualidade, incomum), do ingles sport ), xampu (pt champo , do ingles shampoo ).

A tabela abaixo ilustra outras diferencas lexicais:

Brasil Portugal
abridor de garrafas ou saca-rolhas saca-rolhas
abridor de latas abre-latas
acougue talho
agua-viva ou medusa agua-viva, alforreca ou medusa
agua sanitaria agua sanitaria, lixivia
AIDS SIDA (Sindrome de Imunodeficiencia Adquirida)
alho-poro alho-porro
alo? estou?
amerissagem amaragem
aquarela aguarela
arquivo (de computador) ficheiro
atacante avancado
aterrissagem aterragem
acostamento berma
banheiro, toalete, lavabo, sanitario casa de banho, lavabos, quarto de banho, sanitarios, w.c.
bonde electrico
brocolis brocolos
cafe da manha pequeno almoco
calcinha cuecas femininas
caminhao camiao
caminhonete, van, perua carrinha
camiseta camisola
camisola camisa de dormir
canadense canadiano
cancer cancro
caqui diospiro
carona boleia
carro conversivel carro descapotavel
carteira de identidade bilhete de identidade/ BI
cilio, pestana, celha pestana
concreto betao
descarga autoclismo
decolagem descolagem
diretor (de cinema) realizador
dublagem dobragem
durex, fita adesiva fita-cola, fita adesiva
escanteio pontape de canto
esparadrapo, bandeide (band-aid) penso, penso-rapido
estacao de trem gare, estacao
estrada de ferro, ferrovia caminho de ferro, ferrovia
favela bairro de lata/favela (quando referencia ao Brasil)
fones de ouvido auscultadores, auriculares, fones
freio, breque travao, freio
gol golo
gole golo
goleiro guarda-redes
grama, relva relva
grampeador agrafador
guitarra guitarra eletrica
isopor esferovite
israelense, israelita israelita
maio fato de banho
mamadeira biberao
metro metro, metropolitano
Moscou Moscovo
mouse rato
nadadeiras, pe-de-pato barbatanas
nitrogenio azoto, nitrogenio
onibus autocarro
Papai Noel Pai Natal
pebolim (ou toto) matraquilhos
perua, van carrinha
pinha, fruta-do-conde anona
polones, polaco polaco
privada sanitaria, vaso sanitario ou privada retrete ou sanita
salva-vidas ou guarda-vidas salva-vidas ou nadador-salvador
sanduiche sandes ou sanduiche
secretaria eletronica atendedor de chamadas
sorvete gelado
sunga ou calcao de banho calcoes de banho, calcao de banho
tcheco, checo checo
tela ecra (TV) ou monitor (computador)
(telefone) celular telemovel
terno fato
tiro de meta pontape de baliza
torcida claque
trem comboio
violao guitarra
zagueiro defesa central

Fonologia

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Os fonemas usados no portugues do Brasil sao, muitas vezes, diferentes dos usados no portugues europeu, ou seja, uma mesma palavra tem notacao fonetica diferente no Brasil da dos outros paises lusofonos. Existem varios dialetos dentro do portugues brasileiro e o europeu, entretanto, dentro de cada padrao, esses dialetos compartilham as mesmas peculiaridades basicas do ponto de vista fonetico. O portugues brasileiro utiliza 34 fonemas, sendo treze vogais, dezenove consoantes e duas semivogais.

Fonema * Caracteristicas foneticas Exemplos **
Vogais /a/ Aberta, central, oral, nao arredondada. a tomo, a rte.
/?/ Semiaberta (dialetalmente semifechada possivel no Rio de Janeiro), central, oral (possivelmente nasal quando na silaba tonica antes de consoante nasal), nao arredondada. p a no, r a mo, l a nho.
/??/ Semiaberta, central, nasal, nao arredondada. an tes, am plo, mac a , am bito, an sia.
/?/ Semiaberta, frontal, oral, nao arredondada. m e trica, p e ca.
/e/ Semifechada, frontal, oral, nao arredondada m e do, p e ssego.
/?/ Semifechada, frontal, nasal, nao arredondada s em pre, em bolo, c en tro, conc en trico, t em , tam bem .**
/?/ semiaberta (dialetalmente aberta possivel no Rio de Janeiro), posterior, oral, arredondada o tima, o va.
/o/ Semifechada, posterior, oral, arredondada r o lha, av o .
/o/ Semifechada, posterior, nasal, arredondada. om bro, on tem, c om puto, c on sul.
/i/ Fechada, frontal, oral, nao arredondada i tem, silv i cola.
/?/ Fechada, frontal, nasal, nao arredondada. s im ples, s im bolo, t in ta, s in crono.
/u/ Fechada, posterior, oral, arredondada u va, u tero.
/?/ Fechada, posterior, nasal, arredondada. alg um , pl um beo, n un ca, ren un cia, m ui to.
Consoantes /m/ Nasal, sonora, bilabial m arca.
/n/ Nasal, sonora, alveolar n ervo.
/?/ ~ /??/ Nasal sonora palatal ou Aproximante palatal nasalizada (varia com o falante) arra nh ado.
/b/ Oral, oclusiva, bilabial, sonora b arco.
/p/ Oral, oclusiva, bilabial, surda p ato.
/d/ Oral, oclusiva, linguodental, sonora d ata.
/t/ Oral, oclusiva, linguodental, surda t elha.
/g/ Oral, oclusiva, velar, sonora g ato.
/k/ Oral, oclusiva, velar, surda c arro, q uanto.
/v/ Oral, fricativa, labiodental, sonora v ento.
/f/ Oral, fricativa, labiodental, surda f arelo.
/z/ Oral, fricativa, alveolar, sonora z ero, ca s a, e x alar.
/s/ Oral, fricativa, alveolar, surda s eta, c ebola, espe ss o, e xc esso, a c ucar, au x ilio, a sc eta.
/?/ Oral, fricativa, pos-alveolar, sonora g elo, j arro.
/?/ Oral, fricativa, pos-alveolar, surda x arope, ch uva.
/?/ Oral, vibrante, sonora, uvular. Inumeros alofonos pelo territorio nacional, costuma ter esta exata pronuncia apenas em Santa Catarina, no Parana, no Rio de Janeiro, no Espirito Santo e na Zona da Mata Mineira como resultado da maior influencia europeia na regiao. r ato, ca rr oca.
/?/ Oral, vibrante, sonora, alveolar va r iacao.
/?/ Oral, lateral aproximante, sonora, palatal. Ausente no dialeto caipira e socioletos de baixo prestigio por todo o territorio nacional, possuindo como alofonos /j/ e /l/ em tais ambientes. cava lh eiro.
/l/ Oral, lateral aproximante, sonora, alveolar l uz.
Semivogais /j/ ~ /??/ Oral, palatal, sonora u i vo, m ae , ar e a, t em , tamb em , viv em .
/w/ ~ /w?/ Oral, velar, sonora. Uso como /?/ vocalizado possui como alofono /?/ no dialeto caipira e /?/ em certos regionalismos do dialeto gaucho, como o original do portugues europeu. a u tomatico, move l , p ao , freq u ente, fal am .

Comparacao com portugues europeu

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Alguns autores sugerem que o portugues do Brasil seguiu as caracteristicas do portugues europeu do Centro-Sul. [ 28 ] No entanto, dados historicos provam que a grande maioria dos imigrantes portugueses que se instalaram no Brasil durante nao so o periodo colonial mas tambem no periodo pos-colonial eram oriundos das regioes Norte/Nordeste do pais, o que sugere que o portugues do Brasil podera ter uma grande influencia dos dialetos setentrionais de Portugal. [ 29 ]

Alguns aspectos conservadores e inovadores da fonetica brasileira:

Aspectos conservadores

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Na maior parte do Brasil, os -s e -z em final de palavra ou diante de consoante surda sao realizados como [s] (como em "atras" ou "uma vez") ou como [z] diante de consoante sonora ("desde"), em vez de [?] e [?] como em Portugal.

As vogais atonas permaneceram abertas, perpetuando "mais uma vez a pronuncia de Portugal antes das grandes mutacoes foneticas do seculo XVIII ". [ 30 ]

Por outro lado, certas inovacoes foneticas ocorridas no portugues europeu no seculo XIX foram ignoradas no Brasil: manteve-se a pronuncia [ej] em ditongos como do "ei" em "primeiro", versus a pronuncia [?j]; a pronuncia do "e" tonico como [e], versus [?], em palavras como "espelho" ou "vejo". [ 31 ]

Aspectos inovadores

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Entre outros, assinalam-se os seguintes: Desaparicao da oposicao entre timbre aberto e fechado nas vogais tonicas a , e e o seguidas de consoante nasal (ex: "venia" vs. "venia", "Antonio" vs. "Antonio"); O mesmo fenomeno ocorre nas vogais das silabas pretonicas (ex: o primeiro "a" de cadeira, pronunciado /a/ no Brasil e /?/ em Portugal); Vocalizacao do "l" velar, como em "animal", que em algumas regioes e pronunciado [??ni?maw]. [ 32 ]

Os fenomenos fonologicos do PB que nao ocorreram no PE ora sao apresentados pelos tupinologos como provas da influencia tupi, ora pelos africanistas como influencia das linguas dos escravos. Alguns autores, porem, contestam a tese de que esse tipo de influencia tenha sido determinante, preferindo interpretar tais mudancas foneticas como "desenvolvimento ou a realizacao de tendencias latentes, embrionarias ou incipientes na lingua-tronco", [ 33 ] porquanto tais fenomenos sao encontrados em outras linguas neolatinas:

  • ensurdecimento e queda do r final: ocorre tambem em frances , provencal , catalao , andaluz , etc.;
  • ieismo (e. g. * mu i er por mu lh er ou * traba i o por traba lh o ): no frances, em espanhol, no galego, em Portugal, em dialetos crioulos portugueses;
  • reducao de nd a n nos gerundios (e. g. * anda n o em vez de anda nd o ): efetuou-se no catalao antigo, aragones, italiano centro-meridional;
  • alguns casos de epentese (e. g., * f u lo por flor ou * que laro por claro ): aparece na evolucao do latim nas diversas linguas romanicas;
  • terminacao verbal atona desnasalizada (e. g. * amar o por amar am ): ocorre o mesmo em alguns falares do Norte de Portugal , como o do Baixo Minho ;
  • queda ou vocalizacao do l final (e. g. * fina w em vez de fina l ): possivel de ouvir tambem em algumas zonas do Alto Minho , no Norte de Portugal , e da Madeira , em Portugal Insular .

Nota: o asterisco (*) marca as palavras ortograficamente incorretas

Nasalizacao

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A nasalizacao e muito mais presente no portugues brasileiro que no europeu. Isso e especialmente perceptivel em vogais antes de /n/ ou /m/ seguidos de vogal; no PB, sao pronunciadas com tanta nasalizacao quanto as vogais foneticamente nasalizadas, enquanto no PE quase nao tem nasalizacao. Pelo mesmo motivo, vogais abertas (que nao ocorrem em nasalizacao no portugues em geral) nao ocorrem antes de /n/ ou /m/ no PB, mas ocorrem no PE. Isso pode afetar a escrita das palavras, sendo a explicacao para a maior parte das duplas grafias permitidas pelo Acordo Ortografico , como harmonico [???m?niku] e harmonico [a??moniku]. Um outro caso e a distincao que o PE faz entre falamos [f??l?mu?] e falamos [f??lamu?], enquanto os brasileiros pronunciam os dois tempos verbais como [fa?l??mus].

De acordo com muitos historiadores, entre eles os celebres Teodoro Sampaio , Mario de Andrade e Roquette-Pinto , a nasalacao da maior parte dos falares brasileiros e uma heranca tipicamente indigena. [ 34 ] Que as linguas autoctones desta parte das Americas , especialmente o tupi , eram muito nasais, e indiscutivel. [ 34 ]

No livro Aspectos da musica brasileira , de Mario de Andrade, ha a seguinte citacao de Teodoro Sampaio:

(...) O vicio da nasalacao, herdado do indio, leva ainda hoje o brasileiro a fazer nasais sons que em vocabulos portugueses absolutamente nao o sao brasileira e um vicio que os indios exclusivamente nos herdaram.

Uma excecao importante e a maior cidade do pais, Sao Paulo , onde, supostamente pela influencia da forte imigracao italiana, a nasalizacao de vogais tonicas antes de consoante nasal nao ocorre. Dessa forma, a palavra homens e pronunciada em Sao Paulo com um /o/ oral, nao nasal, ao inves do /o/ nasal ouvido em grande parte do Brasil. Isso e tornado especialmente relevante pela condicao de Sao Paulo como grande centro da midia brasileira, sede das principais emissoras de televisao (a excecao da Rede Globo ), o que faz com que essa pronuncia nao nasal seja ouvida em boa parte da programacao nacional de televisao e radio.

Um fenomeno relacionado ao ja descrito e uma divergencia de pronuncia da consoante representada por nh . No PE, a pronuncia e sempre [?], mas, em boa parte do Brasil, e realizada como a semivogal nasalizada [j?]. [ 35 ] Exemplo: manhazinha [m??j???z?j??].

Reducao de vogais

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A reducao de vogais e uma caracteristica fonetica notavel da lingua portuguesa, mas sua intensidade e frequencia sao variaveis entre a variante europeia e a brasileira.

De forma geral, os brasileiros pronunciam as vogais de forma mais aberta que os portugueses, mesmo quando estao reduzindo-as. [ 36 ] Nas silabas seguintes a tonica, o PB geralmente pronuncia o O como [u], o A como [?] e o E como [i]. Alguns dialetos do PB seguem esse padrao tambem nas vogais anteriores a silaba tonica.

Em contraste, o PE pronuncia o A atono principalmente como [?], elide (nao pronuncia) algumas vogais atonas ou as reduz a uma vogal [?] (um som que nao existe no portugues do Brasil). Por exemplo, a palavra setembro e [se?t?b?u]/[s??t?b??] no Brasil mas [s(?)?t?b?u] em Portugal.

A principal diferenca entre os dialetos internos do Brasil e a presenca frequente ou nao de vogais abertas em silabas atonas. Em geral, os dialetos do Sul - Sudeste sempre pronunciam E e O atonos como [e] e [o], isso quando nao sao reduzidos a [i] e [u]. Nesse caso a pronuncia pode variar de palavra para palavra ou ate de falante para falante. Em contraste, nos sotaques do Norte e Nordeste ha muitas regras complexas, ainda nao muito estudadas, que determinam a pronuncia aberta de E e O em posicao atona em muitas palavras. Exemplo: “rebolar”, que se fala [hebo?la] no Sudeste e [h?b??la] no Nordeste .

Uma outra diferenca perceptivel, mesmo que pequena, entre os dialetos e a frequencia de nasalizacao das vogais antes de M e N. No Norte-Nordeste, sao nasalizadas quase sempre, enquanto no Sul-Sudeste podem permanecer nao nasalizadas se forem atonas. Um exemplo famoso e a pronuncia de banana . No Nordeste se fala [b???n??n?], enquanto no Sul a pronuncia e [ba?n??n?].

Palatalizacao de /di/ e /ti/

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Uma das tendencias mais notaveis do PB moderno e a palatalizacao de /d/ e /t/ na maioria das regioes; esses sons sao pronunciados como [d?] e [t?] (ou [d?] e [t?] ), respectivamente, antes de /i/ . A palavra presidente , por exemplo, se fala [p?ezi?d?t?i] nas regioes brasileiras em que esse fenomeno ocorre, mas [p??zi?d?t(?)] em Portugal.

Essa pronuncia deve ter comecado no Rio de Janeiro e ainda e frequentemente associada a essa cidade, mas atualmente e a norma em muitos outros estados e grandes cidades, como Belo Horizonte e Salvador . Recentemente, foi difundida para algumas regioes do estado de Sao Paulo (talvez pela imigracao), onde e comum para a maioria dos falantes abaixo de 40 anos, em media. Sempre foi a norma na comunidade japonesa do Brasil, por ser tambem uma caracteristica da lingua japonesa . As regioes que ainda preservam o [ti] e o [di] nao palatalizados se localizam principalmente no Nordeste e no Sul do pais, por conta da influencia maior do portugues europeu (no Nordeste) e do italiano e do espanhol (no caso do Sul).

Epentese em encontros consonantais

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O PB tende a desfazer encontros consonantais em que a primeira consoante nao seja /r/ , /l/ , ou /s/ por meio da insercao da vogal epentetica /i/ , que tambem pode ser caracterizada, em certos contextos, como um xeva . [ 37 ]

Esse fenomeno acontece predominantemente em posicao pretonica e com os encontros consonantais ks , ps , bj , dj , dv , kt , bt , ft , mn , tm e dm , isto e, encontros consonantais que nao sao comuns em portugues. Exemplo: "opcao": [?p?s????] > [?pi?s????] ).

No entanto, algumas regioes brasileiras (como Minas Gerais e partes do Nordeste) apresentam uma tendencia oposta, de reduzir a vogal atona [i] em uma vogal muito fraca, o que faz com que partes ou destratar sejam frequentemente realizados como [pahts] e [dst?a?ta] . Esse fenomeno pode ocorrer ainda mais intensamente em vogais atonas pos-tonicas (exceto as finais), causando a reducao da palavra e a criacao de encontros consonantais: pratica > prat'ca ; maquina > maq'na ; abobora > abobra ; cocega > cosca ). [ 38 ]

Supressao do R e vocalizacao do L

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Na maioria das regioes do Brasil, [?] (o som do digrafo RR) e enfraquecido a [χ] ou [h] , e o som representado pela letra R em fim de silaba (qualquer que seja esse som no dialeto em questao), quando esta no fim de verbos, costuma ser suprimido em contextos nao formais. Assim, matar e correr sao normalmente pronunciados como [ma?ta] e [ko?he] . Isto tambem e visto em PE, mas com menos frequencia. [ 39 ]

Paralelamente, o som /l/ em fim de silaba e pronunciado como [u?] em quase todos os dialetos do pais. Esses fenomenos, combinados com o fato de que /n/ e /m/ nao ocorrem em fim de silaba em portugues (sendo substituidos pela nasalizacao da vogal anterior), fazem com que o PB tenha uma fonologia que favorece fortemente silabas abertas. Na quase totalidade do Brasil , a letra 'r' possui fonologia de [h] , como exemplo a palavra "porta" fica pronunciada ['pohta] . Os unicos locais em que isso nao ocorre e em Sao Paulo , Parana , Santa Catarina e Rio Grande do Sul , talvez por conta da grande imigracao portuguesa, italiana , alema e eslava .

Dialetos do portugues brasileiro

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A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, apesar das dimensoes continentais do Brasil. A comparacao das variedades dialetais do portugues brasileiro com as do portugues europeu leva a conclusao de que aquelas representam em conjunto um sincretismo destas, ja que quase todos os tracos regionais ou do portugues padrao europeu que nao aparecem na lingua culta brasileira sao encontrados em algum dialeto do Brasil.

Ha pouca precisao na divisao dialetal brasileira. Alguns dialetos, como o dialeto caipira , ja foram estudados, estabelecidos e reconhecidos por linguistas tais como Amadeu Amaral . Contudo, ha poucos estudos a respeito da maioria dos demais dialetos, e atualmente aceita-se a classificacao proposta pelo filologo Antenor Nascentes . Em entrevista ao jornal da UNICAMP, [ 24 ] o linguista Ataliba Teixeira de Castilho diz que o padrao do portugues paulista espalhou-se pelo Brasil. "Se voce olhar mapas que retratem os movimentos das bandeiras, das entradas e dos tropeiros, vera que os paulistas tomaram varias direcoes, para Minas e Goias, para o Mato Grosso, para os estados do sul. Tudo isso integrava a Capitania de Sao Paulo. Na direcao do Vale do Paraiba, eles levaram o portugues paulista ate Macae , no estado do Rio de Janeiro . Era paulista a lingua que se falava no Rio de Janeiro. Isso mudou em 1808, quando a populacao do Rio era de 14 mil habitantes e D. Joao VI chegou com sua Corte, cerca de 16 mil portugueses. Nao eram portugueses quaisquer. Eram portugueses da Corte. Seu prestigio fez com que imediatamente a lingua local fosse alterada.

A primeira celula mais marcante do portugues brasileiro surgiu em Minas Gerais com a exploracao de pedras preciosas, quando bandeirantes paulistas, escravos, indios e europeus criaram um jeito de pronunciar que se espalhou pelo pais atraves do comercio e outras formas. Os principais dialetos do portugues brasileiro sao:

Diversos linguistas tem estudado os varios dialetos do portugues brasileiro e verificam que os dialetos individuais se podem agrupar em grupos maiores e estes, por sua vez, em dois grandes grupos - o do norte e o do sul. Na Nova Gramatica do Portugues Contemporaneo (1996) Celso Cunha e Lindley Cintra citam Antenor Nascentes sobre este assunto:

"De acordo com Antenor Nascentes e possivel distinguir dois grupos de dialectos brasileiros ? o do Norte e o do Sul -, tendo em conta dois tracos fundamentais:

a) abertura das vogais pretonicas, nos dialectos do Norte, em palavras que nao sejam diminutivos nem adverbios em mente: pegar por pegar, correr por correr;

b) o que ele chama um tanto impressionisticamente ≪cadencia≫ da fala: fala ≪cantada≫ no Norte, fala ≪descansada≫ no Sul.

A fronteira entre os dois grupos de dialectos passa por ≪uma zona que ocupa uma posicao mais ou menos equidistante dos extremos setentrional e meridional do pais. Esta zona se estende, mais ou menos, da foz do rio Mucuri, entre Espirito Santo e Bahia, ate a cidade de Mato Grosso, no Estado do mesmo nome.≫" [ 51 ]

Assim, de acordo com as suas caracteristicas (maior ou menor semelhanca entre eles), os dialetos do portugues brasileiro acima mencionados podem ser agrupados do seguinte modo:

Grupos de Dialetos [ 45 ] [ 52 ] [ 53 ] [ 54 ]

Dialeto padrao

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A sede da Academia Brasileira de Letras no Rio de Janeiro .

Os dialetos das cidades de Sao Paulo e Rio de Janeiro sao os que tem maior exposicao nacional, devido a condicao de centro economico e midiatico das duas cidades. O dialeto paulistano e apontado como o mais prestigioso entre os brasileiros, [ 55 ] enquanto que o dialeto do Rio de Janeiro [ 56 ] e apontado com maior frequencia como possivel dialeto padrao brasileiro. [ 57 ] Desde a decada de 1960, o dialeto usado como padrao na midia e definido como sendo neutro , por carregar elementos comuns a maioria dos sotaques do Brasil. [ 43 ] [ 44 ]

Ortografia

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  Ver artigo principal: Ortografia da lingua portuguesa

Desde 1945, existiam duas normas ortograficas para o portugues: uma em vigor no Brasil e outra nos restantes paises lusofonos. A maior parte das diferencas diz respeito as consoantes "mudas", que haviam sido eliminadas da escrita no Brasil. Por exemplo, as palavras acao e atual, que em Portugal eram grafadas accao e actual , mas ditas como no PB.

Portugues europeu antes do Acordo Ortografico de 1990 Portugues brasileiro antes e depois do Acordo Ortografico de 1990
accao acao
baptismo batismo
contacto contato ou contacto (menos usado)
contactar contatar ou contactar (ainda comum em Norte e Nordeste)
direccao direcao
electrico eletrico
facto fato ou facto (usado apenas como formalismo)
optimo otimo

Com a implementacao do Acordo Ortografico de 1990 , aprovado pela Assembleia da Republica portuguesa e assinado pelo Presidente da Republica a 21 de julho de 2008, a maioria das consoantes mudas foram tambem eliminadas da ortografia oficial do portugues europeu, restando apenas um numero pequeno de palavras que admitem ortografia dupla, geralmente quando a consoante e muda no portugues europeu, mas pronunciada no portugues brasileiro (por exemplo, em recepcao ), ou vice-versa (por exemplo, em facto ).

O trema

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Ate a entrada em vigor do Acordo Ortografico de 1990 , em janeiro de 2009, o trema era usado no portugues brasileiro para assinalar que a letra u nas combinacoes que , qui , gue e gui , normalmente muda, deve ser pronunciada. Exemplos: sanguineo (pronuncia-se /sa?gwinju/ ) e consequencia (pronuncia-se /kose?kw?sja/ ).

Com a entrada em vigor no novo Acordo Ortografico da Lingua Portuguesa a partir de 1º de janeiro de 2009 o trema deixou de ser usado, a nao ser em nomes proprios e seus derivados. Palavras como linguica , sequestro , tranquilo deixam de ter trema. No entanto, o acento continua a ser usado em palavras estrangeiras e seus derivados: Muller , mulleriano e Bundchen sao exemplos.

Ate 2012 no Brasil e ate 2014 em Portugal, vigorou um periodo de adaptacao, durante o qual tanto a antiga ortografia do Formulario Ortografico de 1943 e da Reforma Ortografica de 1911 respectivamente, como a nova do Acordo Ortografico de 1990 foram oficialmente aceitas como validas.

A ortografia do portugues europeu ja nao utilizava o trema, reservando-o para palavras derivadas de nomes estrangeiros, como mulleriano (do antroponimo Muller ).

Acordo Ortografico de 1990 Formulario Ortografico de 1943
linguica linguica
sequencia sequencia
frequencia frequencia
quinquenio quinquenio
pinguim pinguim
bilingue bilingue
trilingue trilingue
quinquelingue quinquelingue
sequestro sequestro

Acentuacao Grafica

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Devido a diferenca de pronuncia entre o portugues falado no Brasil e o falado em Portugal, as proparoxitonas que no Brasil recebem acento circunflexo, por terem a vogal tonica fechada, em Portugal recebem acento agudo, por terem a vogal tonica aberta. Observe:

Portugues europeu Portugues brasileiro
comodo comodo
fenomeno fenomeno
tonico tonico
genio genio

Note-se que existem excecoes a esta regra, com palavras proparoxitonas a receberem acento circunflexo em ambas as normas: femea , estomago , etc. (Em algumas variantes de portugues europeu, particularmente no Norte de Portugal, a pronuncia de fato e femea e estomago , apesar da grafia.). A grafia dupla, entretanto, e permitida, embora nao recomendada para ocasioes em que se deve seguir aquela ou esta norma do pais em questao (como em concurso publicos) [ 58 ]

Na lingua portuguesa , todas as palavras possuem uma silaba tonica : a que recebe a maior inflexao de voz . Nem todas, porem, sao marcadas pelo acento grafico . As silabas sao subdivididas em tonicas, subtonicas e atonas.

Acento fonetico

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De acordo com as teorias tradicionais, o acento no portugues e abordado nos seguintes aspectos.

Silaba tonica

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A silaba tonica e a mais forte da palavra . So existe uma silaba tonica em cada palavra.

  • O guarana - A silaba tonica e a ultima (na). A palavra e, portanto, oxitona .
  • O taxi - A silaba tonica e a penultima (ta). A palavra e, portanto, paroxitona .
  • A propolis - A silaba tonica e a antepenultima (pro). A palavra e, portanto, proparoxitona .

A silaba tonica sempre se encontra em uma destas tres silabas: na ultima (a palavra e oxitona), na penultima (paroxitona) ou na antepenultima (proparoxitona).

Silaba subtonica

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A silaba subtonica so existe em palavras derivadas, que sao as que provem de outra palavra. Coincide com a tonica da palavra primitiva , ou seja, a silaba tonica da palavra primitiva se transforma em subtonica da derivada.

  • Guaranazinho - A silaba tonica e zi, e a subtonica, na, pois era a tonica da primitiva (guarana).
  • Taximetro - A silaba tonica e xi, e a subtonica, ta, pois era a tonica da primitiva (taxi).
  • Propolina - A silaba tonica e li, e a subtonica, pro, pois era a tonica da primitiva (propolis).

Silabas atonas

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Todas as outras silabas sao denominadas de atonas .

Teoria moderna do acento

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Ja as teorias modernas tem uma visao mais abrangente no que tange a questao do acento. De acordo com a teoria do acento, as palavras sao divididas em pes, nos quais ha um elemento preponderante, que recebe o nome de cabeca. Por exemplo, a palavra parafuso se divide em dois pes: (pa.ra)(fu.so). Cada pe possui seu cabeca, no caso, o cabeca do primeiro pe e PA e o do segundo, FU. Entretanto, o cabeca do segundo pe possui maior intensidade que o do primeiro, sendo o pico de intensidade da palavra. Assim, em vez da ideia de silabas tonicas e subtonicas, temos a nocao de acento primario (fu) e acento secundario (pa).

Um outro aspecto considerado sao os tipos de pes, como seguem:

  • Troqueu silabico - E um pe de duas silabas, com o cabeca a esquerda. E o caso da lingua portuguesa e bem representado em (pa.ra)(fu.so). O troqueu silabico e sensivel a intensidade.
  • Troqueu moraico - E um pe de duas moras, com o cabeca a esquerda. A mora e uma unidade de duracao da silaba. Por exemplo, uma silaba curta como pe possui uma mora, enquanto uma silaba longa como "feet" (pes, em ingles) possui duas moras. Feet e um exemplo de troqueu moraico. O troqueu moraico e sensivel ao peso (silabas com mais de uma mora sao chamadas silabas pesadas e aquelas que tem apenas uma mora, silabas leves).
  • Iambo - Todo iambo e sensivel ao peso. E composto ou por duas silabas leves ou uma silaba leve e uma pesada. A proeminencia, diferente do troqueu, recai sobre o elemento da direita. Exemplo de lingua iambica e o frances, como, por exemplo, na palavra analogie, que pode ser dividida nos pes (a.na)(lo.gie), sendo os elementos proeminentes NA e GIE, este ultimo o mais proeminente da palavra.

Esta teoria contraria a teoria tradicional em alguns aspectos. Um deles esta citado anteriormente sobre a silaba subtonica. Retomando o exemplo de guarana - guaranazinho, que, na teoria tradicional tem "na" como silaba subtonica e "zi" como tonica. Ja a teoria do acento afirma que nao pode haver choque de acentos. Ou seja, o acento secundario nunca e vizinho do acento primario. Isto foi constatado tambem em estudos da fonetica acustica. Se separarmos os pes troqueus, como e o caso do portugues, teremos dois pes bem formados e um pe degenerado (pe que nao segue a formacao esperada): (gua)(ra.na)(zi.nho). Pela estrutura acentual do portugues, a silaba proeminente em (ra.na) sera RA e em (zi.nho), ZI. Assim, temos, como acento secundario da palavra guaranazinho, a silaba RA e, como acento primario, a silaba ZI.

Gramatica

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Afirmacao e negacao

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O portugues falado informal raramente usa o adverbio "sim". Geralmente, no lugar dele e preferido o verbo em questao, como no exemplo:

? Ce foi na prefeitura?
? Fui.

E comum se incluir a forma verbal "nao e" (ou sua contracao "ne") no fim de perguntas, com funcao de enfase. Por isso e comum responder a perguntas do tipo dizendo-se simplesmente "E". Isso revela uma tendencia no portugues brasileiro de responder nao a uma pergunta literal, mas ao que o interlocutor quis saber pela pergunta. Nao se deve pensar, no entanto, que nao existiria a hipotese de uma resposta como "Sim, fui."

E comum no Brasil fazer uma negacao dupla com "nao" no inicio e no fim da frase, como em "Nao e, nao". Em algumas regioes, o primeiro "nao" desse par, atono, e pronunciado como num [n?]. E tambem comum que se omita o primeiro "nao", o que resulta numa ordem de palavras para negacao inversa a prevalente em Portugal. Exemplo: "Vou, nao".

Dicticos

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No portugues europeu, os pronomes demonstrativos tem tres formas, correspondentes ao grau de proximidade do falante (isto/isso/aquilo, este/esse/aquele). No portugues brasileiro, os pares "isto" e "isso" e "este" e "esse" sao com frequencia usados indiferentemente a norma coloquial (na culta, a regra e a mesma). Na forma falada, fundiram-se na segunda forma. [ 59 ] Talvez para desfazer a ambiguidade gerada por essa fusao, e comum que o pronome demonstrativo venha acompanhado de um adverbio que indique a proximidade ( esse aqui / esse ai , substituindo este / esse ).

Artigo definido antes do possessivo

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Em todas as variantes do portugues, e facultativo o uso de artigo definido antes de pronome possessivo: o meu filho e meu filho sao ambos corretos. No entanto, e dito que no Brasil, em comparacao a Portugal, ha uma preferencia maior pela ausencia do artigo. [ 60 ]

"Voce" e "tu"

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Uso da segunda pessoa do singular

Em algumas regioes do Brasil, o pronome de tratamento voce ganhou estatuto de pronome pessoal, e nessas areas houve uma quase extincao do uso do tu e do vos . O voce em Portugal e uma forma de tratamento semiformal; ja no Brasil e a forma mais comum de se dirigir a qualquer pessoa, excetuando-se pessoas mais velhas ou, em situacoes formais, superiores hierarquicos ou autoridades (nesses casos e empregada a forma de tratamento o senhor ou a senhora ).

Os pronomes voce e voces requerem formas verbais de terceira pessoa, o que reduz o numero de flexoes do verbo em relacao aos pronomes. Quanto menor e o numero de flexoes que o verbo faz em relacao aos pronomes, mais necessario se faz o preenchimento do sujeito pronominal, para se ter maior precisao. Isso torna o portugues brasileiro mais parecido com as linguas de pronome pessoal obrigatorio como o frances , o alemao e o ingles . Alem disso, o uso do "voce" torna ambiguo o pronome "seu", que pode se referir tanto a terceira pessoa como a segunda. Para desfazer a ambiguidade, intensificou-se o uso da contracao "dele". Na lingua falada informal, o pronome "seu" e usado unicamente para a segunda pessoa.

  • Apesar do pouco uso do pronome reto tu no portugues falado na maior parte do Brasil, o seu correspondente pronome obliquo te ainda e amplamente utilizado no portugues brasileiro, frequentemente em combinacao com formas pronominais e verbais de terceira pessoa. Apesar de dominante mesmo entre falantes escolarizados, o uso de te com voce e condenado pelas gramaticas normativas usadas nas escolas brasileiras e e evitado na linguagem formal escrita.
  • Na linguagem informal, mesmo nas regioes que usam o pronome voce, o modo imperativo do verbo concorda com o pronome tu ("Anda", em lugar de "Ande", mas "Nao anda" em vez de "Nao andes"). E interessante notar que, no caso dos verbos ser e estar, os imperativos de segunda pessoa se e esta nunca sao usados pelos brasileiros; as formas de terceira pessoa seja e esteja sao usadas em substituicao.
  • O pronome possessivo teu tambem e ocasionalmente usado no portugues brasileiro para referir-se a segunda pessoa, embora seja muito menos comum do que o obliquo te . A combinacao voce/te/teu no portugues brasileiro falado assemelha-se em natureza a combinacao voces/vos/vosso encontrada frequentemente no portugues europeu coloquial.
  • O tu e amplamente utilizado nas regioes Norte , Nordeste (excluindo Bahia e Sergipe ), Sul e no Rio de Janeiro , mas conjugado frequentemente na 3ª pessoa do singular: Tu fala , tu foi , tu e , excetuando-se as formas em que a silaba tonica e a ultima, como tu 'tas . Em algumas regioes do Sul (sul, sudoeste e oeste do Parana, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e do Norte (Para), o uso do tu na forma culta (conjugado na 2ª pessoa do singular) e ate bem mais usado que o voce .
  • Na maior parte da regiao Sul, do Norte e do Nordeste (excluindo a Bahia), o tratamento por tu e mais comum, usando-se os pronomes pessoais obliquos de forma mais consistente (p.ex. para ti , com o mesmo significado que teria para voce ).
  • Em parte da Regiao Sul (especialmente em Santa Catarina ) e do Nordeste, muitas vezes conjuga-se o pronome pessoal tu com o que aparentemente seria a mesma forma utilizada na 3ª pessoa do singular do preterito imperfeito do subjuntivo para referir-se ao preterito perfeito do indicativo. Ex: "Tu fizesse isso?", "tu comesse no bar ontem?" . Na verdade, isto e a contracao da forma da segunda pessoa do preterito perfeito do indicativo: fizeste → fizes'e; comeste → comes'e , em que o "t" desaparece mas nao se altera o som precedente de /s/.
Uso dos pronomes pessoais e formas de tratamento
1.ª pess. sin. Eu falo
2.ª pess. sin. Tu falas Brasil: informal em algumas regioes; nas outras, restrito a servico religioso e arcaismo historico

Portugal: informal

3.ª pess. sin. Ele/Ela

Voce O senhor/A senhora A gente

fala Voce no Brasil: informal e semiformal (por exemplo, no trato com um desconhecido); aparece tambem nas formas ce e oce, mesmo em situacoes semiformais

Voce em Portugal e algumas regioes brasileiras: semiformal O senhor/A senhora: sempre formal A gente: sempre informal

1.ª pess. pl. Nos falamos
2.ª pess. pl. Vos falais Brasil: usa-se somente em formalidades, servico religioso e arcaismo historico.

Portugal: usa-se (pouco) nos dialetos setentrionais e galegos (tambem se usa muito formalmente, como no Brasil)

3.ª pess. pl. Eles/Elas

Voces Os senhores/As senhoras

falam Voces: usado como plural tanto de "voce" como de "tu", em todo o espaco geografico do portugues

Os senhores/As senhoras: sempre formal

Conjugacao do pronome em segunda pessoa singular em portugues padrao e brasileiro [ 61 ] [ 62 ] [ 63 ]
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voce

(padrao)

voce

(coloquial)

tu

(padrao)

tu

(coloquial)

tu

(coloquial sulista)

Presente
indicativo
fala falas fala
Perfeito
indicativo
falou falaste falou falaste,
falasse,
falou
Imperfeito
subjuntivo
falasse falasses falasse
Imperativo
positivo
fale fala,
fale
fala fala, fale
Imperativo
negativo
nao fale nao fale,
nao fala
nao fales nao fale, nao fala
Reflexivo parece-se/

se parece

se parece pareces-te/te pareces se parece, te parece

Ce e oce

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Quando o pronome voce substituiu o tu no portugues brasileiro, sendo usado em situacoes informais, passou a ser usado com muito mais frequencia do que era antes. Isso acelerou seu processo historico de reducao (a partir de vossa merce ), dando origem as formas oce e ce . Em Portugal, onde voce continuou a coexistir com tu , esse pronome de tratamento foi sempre usado com menos frequencia do que no Brasil. Alem disso, em Portugal e usado em situacoes mais formais, o que tambem atua contra sua reducao, da mesma maneira que o pronome formal usted em espanhol, que tambem nao tem reducao equivalente. Oce e registrado em Cabo Verde, [ 64 ] mas ce so ocorre no portugues brasileiro.

A forma ce e usada na lingua falada do Brasil como pronome fraco, [ 65 ] de maneira analoga ao pronome frances tu . Enquanto isso, as formas oce e voce exercem papel de pronomes fortes, de maneira analoga a toi em frances. Por isso, ce jamais e objeto de verbo e nao aparece em posicao de foco, [ 66 ] o que torna impossiveis construcoes como *"Queriam ce" em lugar de "Queriam oce/voce". A forma oce e associada aos dialetos caipira e mineiro .

A forma uce, outra das variantes, e encontrada principalmente no dialeto mineiro, e, como as formas "oce" e "voce", exerce tambem papel de pronome forte.

Ce e oce sao formas nao padrao e nao sao aceitas na lingua escrita, mas sao de uso corrente mesmo nos falares cultos. [ 65 ] A forma ce, em especial, e amplamente usada na televisao, sendo notavel na fala de personagens de telenovelas brasileiras.

Voceismo, Queismo e Gerundismo

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Alguns autores, mesmo brasileiros, relatam o que consideram vicios corriqueiros da sintaxe do portugues brasileiro, como o voceismo [ 67 ] [ 68 ] (uso excessivo do pronome degenerado voce, advindo de vossa merce), queismo (uso excessivo do pronome relativo que como ligacao entre oracoes) [ 69 ] e gerundismo [ 70 ] (uso excessivo do gerundio como tempo verbal).

O gerundismo (abuso do gerundio) e fenomeno linguistico relativamente recente no Brasil. [ 70 ] Exemplos:

  • Nos estaremos lhe enviando um fax com os detalhes.
  • Nos vamos estar lhe enviando um fax com os detalhes.

O voceismo em detrimento de pronomes atonos, obliquos, sujeito oculto ou da segunda pessoa. Este parece ser um vicio das traducoes do You, segunda pessoa provinda do ingles, visto que muitos documentos traduzidos contem um excessivo uso deste pronome informal, como nas EULAS de softwares.

  • Voce pode trazer o chocolate que pedi para voce trazer e voce nao trouxe.
  • " Voce podera adquirir Conteudo nos nossos Servicos gratuitamente ou por um valor, sendo cada um referido como uma “Transacao”. Cada Transacao constitui um contrato eletronico entre voce e a Apple, e/ou entre voce e a entidade fornecendo o Conteudo nos nossos Servicos. Contudo, caso voce seja um cliente da Apple Distribution International e voce adquira um App ou um livro, a Apple Distribution International e o comerciante registado; isto significa que voce adquire[...] [ 71 ] ".

O queismo referente ao uso excessivo do pronome relativo que:

  • “O reporter que gravou a materia sobre o candidato eleito, que desagradou o publico, tambem quer que haja recontagem dos votos”. Melhor seria: "O reporter, autor da materia sobre o candidato eleito rejeitado pelo publico, tambem quer a recontagem dos votos". [ 69 ]

Dos verbos pronominais

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Ha no Sudeste e no Sul do Brasil uma tendencia de se omitir o uso dos pronomes reflexivos em alguns verbos, exemplo: eu lembro ao inves de eu me lembro , ou eu deito ao inves de eu me deito. Em particular, verbos que indicam movimento como levantar-se , sentar-se , mudar-se , ou deitar-se sao normalmente tratados como nao reflexivos na fala coloquial daquelas regioes. O uso da voz passiva analitica e tambem muito mais comum em PB do que em outras variantes como, por exemplo, dizer-se a partida foi disputada do que disputou-se a partida ou se disputou a partida .

Pronomes obliquos

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A colocacao dos pronomes atonos e diferente na fala do Brasil e na de Portugal. [ 72 ] O PB e uma variante com forte tendencia proclitica , preferindo-se sempre o uso da proclise (pronome antes do verbo). A enclise (depois do verbo) e usada em formalidades e alternativamente em oracoes imperativas (como em "faca-me o favor"), e a mesoclise , possivel nos tempos simples do futuro, mui pouco utilizado na oralidade de ambos dialetos, com excecao de contextos liturgicos onde o portugues vernaculo, que privilegia essa colocacao pronominal, e adotado. O PE, por sua vez, apresenta-se como uma variante mais enclitica, sendo uma excecao habitual as frases na negativa.

Exemplos
PB PE
Eu o convido Convido-o
Ele me viu Ele viu-me
Eu te amo Amo-te
Ele se encontra Ele encontra-se
Me parece Parece-me
Vou o encontrar Vou encontra-lo

No PB falado, os pronomes obliquos 'o', 'a', 'os' e 'as' praticamente nao sao usados, sendo quase sempre substituidos pelos pronomes pessoais do caso reto ('ele', 'ela'…). [ 73 ] Entretanto, o uso dos pronomes obliquos e mais comum na fala culta quando eles se seguem a um infinitivo e sao transformados respectivamente em 'lo', 'la, 'los, 'las'. Na linguagem formal escrita, o uso dos obliquos de terceira pessoa e obrigatorio em qualquer caso.

Gerundio

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Um aspecto conservador do PB em relacao ao PE e a dominancia da construcao estar + gerundio , em lugar da construcao estar + a + infinitivo , que se tornou dominante em Portugal. Nas variantes dialetais portuguesas a norte do rio Tejo, o gerundio perifrastico combinado com verbos como estar e andar , (que da ideia de acao durativa ou de movimento reiterado) tem vindo a ser substituido pelo infinitivo do verbo antecedido pela preposicao a (e. g. estou a fazer em vez de estou fazendo ). No Brasil este fenomeno tambem existe, mas e mais raro e aplica-se a um numero mais reduzido de contextos gramaticais, em geral, para combater o vicio do gerundismo, muito condenado pelos falantes da norma culta.

Portugues brasileiro Portugues europeu (a norte do Tejo) Observacoes
Eu estou cantando Eu estou a cantar Este tipo de estrutura e tao usada que pode dar a ideia de que em Portugal nao se usa gerundio
A vida vai moldando a pessoa… A vida vai moldando a pessoa… Neste caso (verbo ir, expressando mudanca gradual), e sempre usado o gerundio em qualquer regiao
O governo continua defendendo… O governo continua a defender… Ha casos (como nos verbos continuar e acabar ) em que no Brasil tambem se pode nao usar o gerundio
A partir de 10 reais! Desde 10 euros! Neste caso, o infinitivo vingou pelo uso disseminado

Semantica

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Muitas palavras, sem perderem o seu significado tradicional, enriqueceram-se com uma ou mais acepcoes novas no Brasil . Por exemplo, virar tambem significa transformar-se em e prosa e tambem utilizado com o sentido de loquaz , conversador ou gabarola . [ 74 ]

Diglossia

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De acordo com alguns linguistas brasileiros contemporaneos (Bortoni, Kato, Mattos e Silva, Milton M. Azevedo, [ 75 ] Perini [ 76 ] e, mais recentemente, e com grande impacto, Bagno), o portugues brasileiro seria uma lingua caracterizada pela diglossia . Essa teoria afirma que ha uma forma B, que seria a formula vernacula , lingua materna de todos os brasileiros, e uma forma A (portugues brasileiro padrao), adquirido atraves da escolarizacao. A forma B representa uma forma simplificada da lingua (em termos gramaticais, mas nao foneticos) que poderia ter-se desenvolvido do portugues do seculo XVI , com influencias amerindias e africanas, enquanto a forma A seria baseada no portugues europeu do seculo XIX (e muito parecida com o portugues europeu padrao, com diferencas pequenas de ortografia e gramatica). Mario A. Perini , linguista brasileiro, chega a comparar a profundidade das diferencas entre as formas A e B do portugues brasileiro com as das diferencas entre o espanhol padrao e o portugues padrao. No entanto, essa proposta e polemica e nao tem aceitacao ampla, nem entre gramaticos, nem entre academicos.

Segundo a teoria, a forma B seria a forma falada do portugues brasileiro, evitada somente em fala muito formal (interrogacao judicial, debate politico), enquanto a forma A seria a forma escrita da lingua, evitada somente em escrita informal (como em letras de musicas ou correspondencia intima). Mesmo professores de portugues usariam a forma B ao explicar a estrutura e uso da forma A; nas provas, entretanto, a forma A e exigida dos alunos.

A forma B seria a usada em cancoes, filmes, telenovelas e outros programas de teve, embora a forma A as vezes seja usada em filmes ou telenovelas historicos, para fazer a linguagem empregada parecer mais elegante ou arcaica.

Na maioria as obras literarias seriam escritas na forma A. Teria havido tentativas de escreve-las na forma B (como a obra ‘’ Macunaima ’’, de Mario de Andrade , ou ‘’ Grande Sertao: Veredas ”, de Guimaraes Rosa ), mas e afirmado que no presente a forma B so e usada em dialogo. A forma A, nao obstante, e muito usada mesmo em dialogo informal, especialmente em obras traduzidas. A forma B e mais comum de ser encontrada em livros infantis, mas somente os escritos originalmente em portugues.

Ver tambem

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Referencias

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Ligacoes externas

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Notas

  1. Como a preferencia, por parte de todos estratos sociais, pela enclise (me chamo) em favor da proclise (chamo-me) e outros tracos abordados em profundidade mais abaixo.
  2. a forma acrianes e preferivel, assim como variacoes da palavra "acriano"; no entanto, com lei estadual, apenas no estado do Acre "acreano" e permitido.