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Automobilismo

Este brasileiro e o piloto de F1 mais idoso ainda vivo

Fale de pilotos brasileiros de Formula 1 e voce ouvira os nomes Senna, Fittipaldi, Piquet, Massa e Barrichello. Talvez ouca Landi, Pace, Gugelmin, Diniz, Marques, Burti, Pizzonia, se o interlocutor tiver um pouco mais de idade ou se tiver assistido as corridas nos anos 1980 e 1990. O que e certo, e que ele nao dira o nome Hermano da Silva Ramos. Mas deveria. E e por isso que hoje vamos falar deste piloto.

Primeiro, porque ele esta completando 98 anos neste dia 7 de dezembro de 2023. Depois, porque ele e atualmente o piloto de Formula 1 mais idoso. Nao ha piloto vivo que tenha mais idade do que ele, ou que tenha disputado um GP de F1 antes dele.

Hermano era o segundo mais idoso ate abril deste ano. A frente dele estava apenas o unico centenario da Formula 1, o britanico Kenneth McAlpine, que morreu em 8 de abril aos 102 anos. Com isso, Hermano se tornou o piloto de Formula 1 mais idoso ainda vivo.

Entre os pilotos que pontuaram na F1, ele ja era o mais idoso ainda vivo, uma vez que McAlpine nunca conquistou pontos em seus sete Grandes Premios disputados em campeonato.?Hermano tambem correu sete grandes premios, mas diferentemente de McAlpine, terminou tres corridas, duas em oitavo e uma em quinto ? na qual conquistou os dois pontos que fazem dele o piloto mais idoso e mais antigo a pontuar.

Hermano da Silva nasceu em Paris, na Franca, filho de mae francesa e pai brasileiro ? o que bastou para que ele tivesse dupla nacionalidade naquela epoca. Tanto que, de acordo com o site? 8W , os jornalistas franceses o consideravam frances e os jornalistas brasileiros o consideravam brasileiro. Em outros paises, ele era chamado de “franco-brasileiro”.

De todo modo, Hermano da Silva teve sua primeira experiencia ao volante de um carro de competicao no Brasil ? mais precisamente, um MG TC com o qual participou do Grande Premio de Interlagos em 1947. A prova foi vencida pelo italiano Achille Varzi, que foi seguido de outros dois brasileiros: Chico Landi e Gino Bianco. Alias, depois deles, Hermano da Silva foi o terceiro brasileiro a ingressar na Formula 1 ? Landi disputou seu primeiro GP em 1951; Bianco estreou em 1952; e “Nano” da Silva correu na F1 pela primeira vez em 1955.

Antes disso, porem, Hermano da Silva adquiriu experiencia em varias provas importantes. Primeiro, foram corridas de prototipos-esporte na Franca em 1953 e 1954, ao volante de um Aston Martin DB2/4. Atraves de seus contatos nos clubes de automobilismo franceses ? e, claro, gracas a seu bom desempenho ao volante ? Hermano conseguiu um lugar nas 24 Horas de Le Mans de 1954, corrida na qual dividiu seu posto no Aston Martin com o frances Jean-Paul Colas, mas a dupla acabou abandonando a prova depois de 14 horas por problemas no cambio.

No ano seguinte, ainda com o Aston, Hermano correu na Mille Miglia ? corrida que chamou de “terrivel e extremamente perigosa”, lamentando-se por todos os espectadores que morreram em acidentes nos quais o carro voava sobre a multidao. Mas foi com a compra de um Gordini 43, com motor seis-cilindros de 2,5 litros, que ele deu seu primeiro passo em direcao a Formula 1. Com aquele carro ele disputou algumas corridas nas colonias francesas do norte da Africa e tambem venceu a Speed Cup no circuito de Montlhery, chamando a atencao de Amedee Gordini, o fundador da equipe/preparadora.

Gordini contratou Hermano para disputar as 24 Horas de Le Mans mais uma vez ? e novamente ele abandonou a corrida depois de 14 horas, agora por um furo no radiador. Contudo, dias depois Amedee o convidou para correr na Formula 1. Sua primeira corrida como membro da Gordini F1 foi o GP da Holanda, em Zandvoort, com o Gordini Type 16. Ele terminou na 14ª posicao. Os GPs da Gra-Bretanha (em Aintree) e da Italia (em Monza) nao terminaram tao bem ? Hermano abandonou as duas corridas por problemas na pressao do oleo e no sistema de combustivel, respectivamente.

Em 1956, ainda com o mesmo carro e a mesma equipe, Hermano da Silva Ramos obteve seu melhor resultado na Formula 1 ? o quinto lugar no Grande Premio de Monaco, ficando atras de Stirling Moss, Peter Collins, Juan Manuel Fangio e Eugenio Castellotti; e garantindo seus unicos dois pontos na maior categoria do automobilismo. Nas corridas seguintes ? as etapas da Franca, da Gra-Bretanha e da Italia, Hermano correu com um novo motor de oito cilindros em linha, mas nao conseguiu melhorar seus resultados: ele foi o oitavo na Franca e nao terminou as outras duas provas por problemas mecanicos.

A carreira de Hermano da Silva Ramos nas pistas, porem, nao durou muito mais. Em 1957 ele participou de dois? Grand Prix extra-campeonato ? o GP de Pau, na Franca, que terminou em sexto; e o GP de Napoles, que foi mais uma prova abandonada por culpa do carro. A morte de um de seus grandes amigos, Alfonso de Portago, em um acidente na Mille Miglia em maio daquele ano, foi crucial para sua decisao de deixar as pistas ? nao por sua vontade, mas de sua esposa, que estava gravida do primeiro filho do casal.

Hermano, no carro, conversa com Portago em Monaco

Em 1958 ele disputou algumas com sua recem-adquirida Ferrari 250 GT Berlinetta, vendendo o carro no comeco do ano seguinte. Em 1959 ele tambem correu as 24 Horas de Le Mans pela quarta e ultima vez, dividindo uma Ferrari 250 Testa Rossa com o ingles Cliff Allison… e deixando a corrida depois de 12 horas por culpa da embreagem.

Nao demorou muito tempo, porem, para que as preocupacoes de sua esposa acabassem fazendo com que Hermano deixasse as pistas de lado ? ela teve uma crise nervosa e recusava-se a comer, e chegou a perder oito quilos. Foram os medicos, segundo Hermano, que lhe fizeram tomar a decisao de pendurar o volante. “Era me divorciar ou abandonar a carreira de piloto”, comentou Hermano anos mais tarde. “Fui com a segunda opcao ? e fiquei dois anos sem conseguir dormir depois disso!” Se nao tivesse se aposentado, porem, talvez Hermano da Silva Ramos nao tivesse chegado tao longe.

Ha quem diga que o piloto mais idoso que conquistou um ponto na Formula 1 e o americano Paul Goldsmith, que corria na Formula Indy nos anos 1950 e 1960. Na epoca, a Indy 500 era parte do calendario da Formula 1 ? e Goldsmith correu em 1958, 1959 e 1960, marcando seis pontos no total. Como Goldsmith nasceu em outubro de 1925 e e cerca de 45 dias mais velho que Hermano, tecnicamente ele e o piloto mais idoso a pontuar na F1 e que ainda esta vivo.

Mas convenhamos: a Indy era parte do campeonato, mas nao corria com as regras da F1. E a maioria dos pilotos da Indy nao iam para a Europa disputar as outras provas. Assim como os europeus raramente iam para os EUA disputar a Indy.

Por isso, vamos considerar Hermano da Silva Ramos como o mais idoso ainda vivo e o mais idoso dentre os que pontuaram, ok? Nao mexa com o nosso decano franco-brasileiro!

 

Os recordistas de idade

Hermano da Silva Ramos e um dos unicos pilotos vivos a ter corrido na F1 dos anos 1950, mas nao ha nenhum piloto que tenha vencido um GP entre 1950 e 1964 e que ainda esteja entre nos. O mais antigo? vencedor de Grandes Premios e Sir John Young Stewart, o lendario Jackie Stewart, que venceu pela primeira vez em 1965.

Stewart tambem e o vencedor de GP mais idoso ainda vivo ? ele esta com 82 anos e 11 meses ?, e o ultimo piloto a ter vencido um titulo nos anos 1960 e tambem e o campeao de Formula 1 mais antigo (seu primeiro titulo e de 1969) e mais idoso ainda vivo.

Depois de Stewart, o vencedor mais antigo (considere quando venceu pela primeira vez) ainda vivo e Jacky Ickx, que venceu o GP da Franca de 1968. Ickx, contudo, nao e o segundo vencedor mais idoso (data de nascimento), porque Mario Andretti, que ganhou pela primeira vez no GP da Africa do Sul de 1971, e quase cinco anos mais velho. Isso tambem faz de Andretti o segundo campeao mais idoso da Formula 1, mas nao o segundo mais antigo (quando ganhou o primeiro titulo) ainda vivo.

Stewart e Andretti, os campeoes decanos da F1

Quem ocupa esse posto e Emerson Fittipaldi, que ganhou o titulo mundial de 1972. Se considerarmos apenas a idade dos pilotos, Emerson e apenas o quarto mais velho, porque Alan Jones, embora tenha vencido somente em 1980, e 40 dias mais velho que Emerson Fittipaldi. As tabelas abaixo explicam melhor isso:

Vencedores de GP mais idosos (idade):
– Jackie Stewart (11/06/1939)
– Mario Andretti (28/02/1940)
– Jacques Laffite (21/11/1943)
– Jacky Ickx (01/01/1945)

Laffite e Jabouille

Vencedores de GP mais antigos (quando venceu o primeiro GP):
– Jackie Stewart (1965)
– Jacky Ickx (1968)
– Emerson Fittipaldi (1970)
– Mario Andretti (1971)
– Jody Scheckter (1974)

Ickx, um dos dois ultimos dos anos 1960

Campeoes mundiais mais idosos (idade)
– Jackie Stewart (11/06/1939)
– Mario Andretti (28/02/1940)
– Alan Jones (02/11/1946)
– Emerson Fittipaldi (12/12/1946)
– Jody Scheckter (29/01/1950)

O trio de campeoes em Miami, 2022

Campeoes mundiais mais antigos (quando conquistou o primeiro titulo)
– Jackie Stewart (1969)
– Emerson Fittipaldi (1972)
– Mario Andretti (1978)
– Jody Scheckter (1979)
– Alan Jones (1980)

Agora, quer um dado chocante? Dos 28 pilotos que venceram um GP entre 1970 e 1979, somente nove ainda estao vivos ? Jackie Stewart, Mario Andretti, Jacques Laffite, Jacky Ickx, Emerson Fittipaldi, John Watson, Jochen Mass, Alan Jones e Jody Scheckter. Notou que seis deles comecam com a letra J e um deles tem J no sobrenome? Nao pude deixar de notar.

 

E o piloto mais velho a disputar uma corrida e a vencer uma corrida de F1?

Depende… o mais velho a entrar em um carro de F1 e acelerar durante um fim de semana foi Louis Chiron. A idade dele depende do que se considera a disputa. Se considerarmos a inscricao e participacao dos treinos, independente de ter se classificado ou nao, Louis Chiron tinha 58 anos e 277 dias quando se inscreveu para correr em casa, no GP de Monaco de 1958. Como ele nao se classificou, nao largou.

Mas tudo bem, porque ele ja era o piloto mais idoso a largar em uma prova de F1. Isso aconteceu tres anos antes, tambem no GP de Monaco. No momento da largada, Chiron tinha 55 anos e 292 dias. Ele largou na 19ª posicao com um Lancia D50 e terminou a corrida em sexto lugar, cinco voltas atras do vencedor, Maurice Trintignant e quatro a frente do setimo colocado, Jacques Pollet.

O campeao mais idoso tambem era um cinquentao: Luigi Fagioli, que tinha 53 anos e 22 dias quando venceu o GP da Franca de 1951. Ele foi o unico piloto com mais de 50 anos de idade a vencer um GP em toda a historia da F1. Depois dele, quem mais se aproximou desse feito foi Giuseppe Farina, que tinha 46 anos e 276 dias quando venceu o GP da Alemanha de 1953. Juan Manuel Fangio tambem tinha 46 quando venceu pela ultima vez, no GP da Alemanha de 1957, mas ele era quase oito meses mais novo que Farina.