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Em visita historica a Hiroshima, Obama pede mundo sem armas nucleares - 27/05/2016 - UOL Noticias

Em visita historica a Hiroshima, Obama pede mundo sem armas nucleares

27/05/2016 08h36

Hiroshima, Japao, 27 Mai 2016 (AFP) - A visita foi historica, a emocao palpavel: Barack Obama visitou nesta sexta-feira Hiroshima, cidade japonesa destruida por uma bomba atomica americana, onde pediu um mundo sem armas nucleares.

Em um discurso carregado de emocao pronunciado em um silencio impressionante, o presidente dos Estados Unidos falou da dor nascida no dia 6 de agosto de 1945, quando foi lancada as 8h15 a primeira bomba atomica da historia, seguida, tres dias depois, pela que atingiu Nagasaki.

"Ha 71 anos, a morte caiu do ceu", disse Obama, com o rosto serio, apos ter depositado uma coroa de flores no Parque Memorial da Paz.

"Viemos aqui refletir sobre essa terrivel forca que foi desencadeada em um passado nao tao distante", declarou.

"Descansem em paz, nao repetiremos esta tragedia", diz o monumento sobrio que contem dezenas de volumes onde estao registrados os nomes das vitimas da bomba nuclear americana, que levou a rendicao japonesa e ao fim da Segunda Guerra Mundial.

"Temos a responsabilidade de olhar a historia nos olhos", insistiu Obama que, depois de seu discurso, apertou durante um longo tempo a mao de um sobrevivente do fogo nuclear.

Sunao Tsuboi, de 91 anos, havia explicado antes da cerimonia que, se tivesse a oportunidade de falar com o presidente, manifestaria em primeiro lugar sua "gratidao" pela visita. "Nao tenho nenhuma intencao de pedir-lhe para que se desculpe", declarou o senhor, um ativista antinuclear de longa data.

'O mundo mudou por nos'Primeiro presidente em exercicio dos Estados Unidos a visitar este local, visitado anualmente por mais de um milhao de pessoas, Obama tambem apresentou a sua visao de um mundo melhor.

Nascido 16 anos apos o uso desta "bomba cruel", nas palavras do imperador Hirohito, Obama pediu, como fez logo apos a sua chegada ao poder, por um mundo sem armas nucleares, embora tenha reconhecido que isso "provavelmente nao acontecera em sua vida".

"O mundo mudou para sempre aqui. Mas hoje, as criancas desta cidade vivem em paz", declarou Obama sob a luz magnifica do sol poente.

De pe ao lado de Obama, o primeiro-ministro japones, Shinzo Abe, destacou a "coragem" do presidente dos Estados Unidos, citando "um novo capitulo na historia da reconciliacao entre o Japao e os Estados Unidos".

Pouco antes de iniciar a sua visita, Obama visitou a base militar americana de Iwakuni, nas proximidades.

"Nos nunca podemos esquecer de prestar homenagem a todos aqueles que deram tudo por nossa liberdade", disse ele, ansioso para enviar uma mensagem ao exercito americano, num momento em que revive memorias de uma guerra feroz de quatro anos.

Sob o tratado de seguranca assinado entre os Estados Unidos e o Japao em 1951, cerca de 50.000 soldados americanos estao estacionados no arquipelago.

China descontenteO 44º presidente dos Estados Unidos havia advertido antecipadamente que nao realizaria a viagem para fazer um julgamento sobre a decisao de seu antecessor, Harry Truman, ou para apresentar desculpas de uma forma ou de outra.

"E o trabalho dos historiadores fazer perguntas (...) mas eu sei, sendo eu presidente ha sete anos e meio, que todo dirigente deve tomar decisoes muito dificeis, especialmente em tempo de guerra", explicou.

Truman explicou que nao tinha "nenhum arrependimento". Todos aqueles que o sucederam preferiram, enquanto estiveram no poder, questionar sua escolha.

Apos a sua chegada a Casa Branca, Barack Obama fez da desnuclearizacao uma das suas prioridades.

"Os Estados Unidos, o unico pais que ja usou uma arma nuclear, tem a responsabilidade moral de agir", afirmou em abril de 2009 em Praga, denunciando a ideia de que devemos resignar-nos a um mundo onde "mais e mais paises possuem ferramentas de destruicao final".

Apesar de poder se dar o credito de ter selado o acordo sobre o programa nuclear iraniano, concluido no verao de 2015, as discussoes sobre o desarmamento nuclear com a Russia de Vladimir Putin estao em ponto morto.

Esta visita de forte dimensao simbolica a esta cidade portuaria localizada cerca de 700 quilometros a sudoeste de Toquio foi bem vista nos Estados Unidos e no Japao.

Nos Estados Unidos, apesar de algumas vozes inicialmente contrarias ao que tinham previamente descrito como "um giro de desculpas", os politicos eleitos, em geral, saudaram a iniciativa, impensavel ha decadas.

Mas a China, que teme que o Japao, enfatizando o trauma de Hiroshima e Nagasaki, tente apagar a sua propria crueldade cometida durante a guerra, advertiu contra uma visao parcial da historia.

O ministro das Relacoes Exteriores chines, Wang Yia, julgou que Hiroshima "merecia atencao". "Mas o massacre de Nanquim nao deve ser esquecido", acrescentou, referindo-se aos assassinatos e estupros em massa cometidos por tropas japonesas durante a queda em 1937 do que era entao a capital da China.